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Finanças de A a Z

por Ana Porto

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Investir é diferente de empreender

A confusão entre investir e empreender é comum, mas na verdade eles não são sinônimos, e tem diferenças substanciais na composição do portfólio. É comum o desinteresse em investir devido à “maior rentabilidade” da atividade empreendedora exercida, por exemplo.

Mas na prática não é bem assim. Uma coisa não inviabiliza a outra: na verdade, elas são complementares. Isso porque garantem, quando utilizadas em conjunto, uma redução do risco, maior diversificação do patrimônio, e dão a segurança que apenas um negócio, única e exclusivamente, não pode te dar.

Atenção ao risco e à liquidez

Não é novidade para ninguém que empreender envolve riscos, sendo que muitas vezes o rendimento surpreende, mas que eventualmente as coisas podem ficar um pouco mais apertadas e pressionarem mais o caixa da empresa. Isso pode ser ocasionado por problemas com a demanda, preços mais baixos, ou qualquer outro fator de instabilidade externa momentânea que impacta naquele mercado.

Dessa forma, é clara a necessidade de os empresários também serem investidores. É uma questão de diversificação do patrimônio. Afinal, vamos supor que fatores temporários como os citados façam com que as margens de lucro fiquem mais apertadas por um tempo. Nesse contexto, uma fonte de recursos com alta liquidez e que seja capaz de garantir alternativas para a pessoa física em tempos difíceis é essencial. Até porque as contas não param de vir mesmo a empresa não indo tão bem.

Além disso, manter um fluxo de caixa bem aplicado em produtos com liquidez e boa rentabilidade, pode ser o diferencial para a própria empresa sobreviver nestes momentos. Isso é ainda mais verdade em um cenário de Selic em alta, projetada por volta dos 8% ao ano no final de 2021, maximizando os retornos da renda fixa. Não dá para dizer que taxas nessa faixa são ruins, até porque muitos negócios não ultrapassam essa margem de lucro.

Tudo isso mostra como investir em economia real é um ótimo negócio, desse que haja planejamento e proteções em ativos líquidos e menos arriscados para cobrir eventualidades.

Renda ativa é diferente de renda passiva

Além da questão do risco e da liquidez, também é importante lembrar do papel da renda passiva na construção do patrimônio e para segurança pessoal.

O problema de apenas empreender é que isso proporciona apenas renda ativa, ou seja, o negócio só funciona se tiver alguém a frente trabalhando.

Os investimentos são uma fonte de renda passiva, que é aquela por meio da qual é possível ganhar dinheiro sem esforço de trabalho.

Por exemplo, colocar seu dinheiro em uma aplicação e esperar render não dá o mesmo trabalho que administrar uma empresa, nem mesmo investir em bolsa dá o mesmo trabalho. Inclusive, com o mundo digital cada vez mais presente nos serviços de investimento, hoje tudo pode ser feito em casa por meio do celular, o que facilita ainda mais investir.

Pensando no futuro, a renda passiva pode se tornar cada vez mais central à medida que a energia para empreender não é mais tanta como na juventude.

Se trata, por fim, de um jogo de equilíbrio para proporcionar maior segurança para quem está rentabilizando seu capital, seja por meio de empresas diretamente ou investimentos.

Essa coluna tem como único propósito fornecer informações e não constitui ou deve ser interpretada como uma oferta, solicitação ou recomendação de compra ou venda de qualquer instrumento financeiro ou de participação em qualquer estratégia de negócio específica. Possui finalidade meramente informativa, não configurando análise de valores mobiliários nos termos da Instrução CVM Nº 598, e não tendo como objetivo a consultoria, oferta, solicitação de oferta e/ou recomendação para a compra ou venda de qualquer investimento e/ou produto específico.