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Finanças de A a Z

por Ana Porto

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Juros sobem mais uma vez: o que fazer

A taxa Selic, taxa básica de juros da economia, foi novamente revisada para cima ontem pelo Comitê de Política Monetária (Copom). A taxa foi elevada em 1,50 ponto percentual, atingindo 7,75% ao ano. O mercado esperava uma elevação de 1,25%, embora as expectativas estivessem mistas, com algumas instituições projetando alta superior ao que efetivamente veio.

Mas o que isso significa para você? Como impacta o seu dia-a-dia e os seus investimentos? É sobre isso que vamos falar hoje, destinando as melhores soluções para o momento.

Quais são as melhores aplicações para o momento

Na última segunda-feira (25), o Copom divulgou a projeção para a Selic ao fim de 2021, em 8,75%, e para o fim de 2022 em 9,50%. As estimativas para a inflação medida pelo IPCA, também estão elevadas, o que motiva as revisões para cima da Selic, com o intuito de controlar a elevação dos preços.

Isso ocorre porque em um cenário de Selic mais alta, o capital tende a ficar mais represado em função dos juros também mais altos nos financiamentos e empréstimos, assim como a redução da alocação em produção. Afinal, a renda fixa passa a render bem mais, o que faz com que não valha mais tanto a pena outras atividades da mesma forma que anteriormente.

Assim, o IPCA já está sendo projetado para 8,96% em 2021, o que faz com que o Copom continue sua política de alta nos juros.

Neste cenário, é natural que os investidores tenham dúvidas sobre como ajustar suas carteiras para aproveitar esse movimento. Para tanto, é necessário sopesar como está a sua exposição ao mercado hoje, além de seu apetite pelo risco e da adequação de sua carteira de investimentos.

Apesar de tudo isso, é fato que os produtos de renda fixa estão voltando a ser interessantes, principalmente na composição de uma frente mais conservadora de portfólio para o investidor. Em um cenário de alta da inflação e consequentemente dos juros, portanto, os títulos pós-fixados são a melhor opção em renda fixa. Nestes, a rentabilidade está atrelada ao CDI ou mesmo ao IPCA, que poderão te proteger do movimento de elevação de ambos os indicadores, visto que quanto maior eles estiverem, maior será o retorno das aplicações. É o caso de Tesouro Selic, CDBs pós fixados, fundos DI, LCIs e LCAs, por exemplo.

Do que ficar longe nesse momento

Em cenários de alta de juros, é preciso ter cuidado com as aplicações em produtos prefixados, pois a rentabilidade dos mesmos é travada a uma taxa predeterminada no momento da contratação. Logo, se a Selic subir a patamares maiores que a taxa do produto contratado por você, sua rentabilidade não será mais vantajosa e, inclusive, se a inflação chegar a subir mais do que isso você poderá ter uma rentabilidade real negativa.

Além disso, não é o momento para investir em ativos de renda fixa com prazos longos. Primeiro porque eles não estão valendo a pena comparativamente com prazos menores, visto que estão pagando praticamente a mesma coisa. O segundo motivo é a incerteza elevada ao investir nestes títulos. Assim, atualmente os prazos intermediários são preferíveis.

Essa coluna tem como único propósito fornecer informações e não constitui ou deve ser interpretada como uma oferta, solicitação ou recomendação de compra ou venda de qualquer instrumento financeiro ou de participação em qualquer estratégia de negócio específica. Possui finalidade meramente informativa, não configurando análise de valores mobiliários nos termos da Instrução CVM Nº 598, e não tendo como objetivo a consultoria, oferta, solicitação de oferta e/ou recomendação para a compra ou venda de qualquer investimento e/ou produto específico.