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Finanças de A a Z

por Ana Porto

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Mesmo com juros subindo, investimentos atrelados à inflação são boa opção

A história recente do Brasil deixa claro o poder que a inflação tem de acabar com o nosso dinheiro. Mas o que poucas pessoas sabem é que alguns títulos de renda fixa têm seus retornos atreladas ao índice oficial de inflação do Brasil, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), é o que chamamos. Mas há dúvidas do que vale mais a pena: alocar em um título indexado ao IPCA ou à Selic, a taxa básica de juros da nossa economia.

Isso é reforçado em um cenário em que a Selic vive um ciclo de alta, devendo chegar novamente aos dois dígitos no próximo ano. Portanto, hoje vamos analisar historicamente qual opção de investimento vale mais a pena.

Títulos indexados ao IPCA: sinônimo de proteção

A grande vantagem dos títulos atrelados ao IPCA é a proteção que estes fornecem. Em caso de desestabilização da política monetária, com os preços subindo desenfreadamente, o investidor destes títulos está protegido, preservando o poder de compra do seu capital. Ou seja, se os preços sobem 50% de um dia para o outro, o mesmo recebe no mesmo período os 50% mais uma taxa pré-fixada.

Em função dessa dinâmica e do IPCA em alta, a partir do início deste ano a procura pelo Tesouro atrelado ao IPCA teve uma escalada, superando as outras modalidades oferecidas pelo governo, como podemos ver no gráfico ao lado.

Isso pode ser explicado ainda pela política monetária. Atualmente, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central tem como função reajustar a cada 45 dias a taxa de juros que baliza a economia, a Selic, para que a inflação não saia do controle. Dessa forma, se esta está subindo acima do que deveria, o Copom aumenta os juros. Com isso, menos dinheiro circula na economia sob a forma de empréstimos e menos dinheiro é investido em empresas e negócios tendo em vista os retornos mais atrativos da renda fixa, entre outros fatores. A consequência é a queda da inflação em função da desaceleração.

Essa lógica é o que direciona o ritmo tanto da taxa de juros quanto da inflação, influenciando também o desempenho dos títulos.

O que vale mais a pena no longo prazo?

Analisando os últimos anos, em uma janela de tempo maior, os títulos indexados ao IPCA tiveram retornos maiores em relação à taxa Selic. Caso um investidor tivesse adquirido um título que remunere a inflação adicionado de uma taxa pré de 5,20% ao ano, como podemos ver no gráfico ao lado, sua rentabilidade seria superior à taxa Selic no período apresentado. Isso reforça a teoria de diversificação e de uma carteira de investimentos equilibrada e composta por ativos diferentes.

Essa coluna tem como único propósito fornecer informações e não constitui ou deve ser interpretada como uma oferta, solicitação ou recomendação de compra ou venda de qualquer instrumento financeiro ou de participação em qualquer estratégia de negócio específica. Possui finalidade meramente informativa, não configurando análise de valores mobiliários nos termos da Instrução CVM Nº 598, e não tendo como objetivo a consultoria, oferta, solicitação de oferta e/ou recomendação para a compra ou venda de qualquer investimento e/ou produto específico.