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Finanças de A a Z

por Ana Porto

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O que fazer com o 13º salário?

Você quer ter férias inesquecíveis? Viver melhor? E viajar, comprar aquele brinquedo para o seu filho e ter tudo “do bom e do melhor?” Todos querem essas coisas, e acham que a “renda extra” do 13º é uma forma de fazer tudo isso instantaneamente. A parcela mal cai na conta e já vai toda embora com gastos desse tipo.

Mas embora estes desejos de curto prazo sejam tentadores, existem usos melhores para o 13º que podem mudar seu patamar de vida no futuro, e não apenas pelos últimos dois meses do ano. A escolha é toda sua.

Pare de ser imediatista

Todos os desejos citados são extremamente importantes e devem ser um objetivo. Para isso, alguns dos melhores usos do 13º são: quitar dívidas, criar uma reserva de emergência, começar a investir ou mesmo investir mais do que normalmente aportaria naquele mês.

Você pode estar se perguntando porque terá que “sacrificar” tudo isso se seu filho está com o olho brilhando pelo brinquedo da moda. Mas te pergunto: faz sentido dar tudo do melhor para ele com o dinheiro que você recebeu se enquanto isso as dívidas do cartão de crédito duplicam a cada quatro meses. O dinheiro “poupado” com isso daria para pagar muito mais do que aquele brinquedo daqui há alguns meses.

Então, sim, o sacrifício vale a pena para proporcionar melhores condições para você e sua família daqui algum tempo.

No caso dos sonhos que quer realizar agora, os inclua em seu planejamento mensal, partindo da regra de utilizar 30% do salário para despesas variáveis. Poupe parte desse valor durante alguns meses para poder utilizar no fim do ano, por exemplo. Essa é a principal lição para ter uma vida boa financeira: planeje tudo com antecedência.

E lembre-se sempre: festas de fim de ano não são uma época para consumo desregulado e falta de controle, o significado das datas é muito maior do que este.

Invista o dinheiro recebido e veja a diferença com os anos

O pagamento deste benefício é realizado, na maioria dos casos, em duas parcelas: uma até o último dia do mês de novembro e a segunda até o dia 20 de dezembro.

Um dos primeiros passos é reunir e contabilizar as dívidas. Utilize o pagamento do 13º para quitar o máximo possível delas. Afinal, é difícil encontrar algum investimento que dê retorno o suficiente para superar os juros pagos por suas dívidas. Para entender melhor sobre como quitar suas dívidas, clique aqui.

Após esta etapa, chegou a hora de formar sua reserva de emergência no valor de 6 a 12 vezes os seus gastos mensais e alocar em aplicações conservadoras. Para entender melhor como fazer isso, confira outras colunas que escrevi sobre como formar a sua reserva de emergência e onde aplicá-la.

Em seguida, é a hora de construir sua carteira de investimentos para garantir a segurança do seu futuro e a realização de sonhos. Apenas para demonstrar o poder dessa atitude no longo prazo, vamos trazer alguns exemplos.

Digamos que seu 13º no valor de R$ 3000 é aplicado todos os anos em uma aplicação que rende 12% ao ano. Apenas aplicando a parcela no final do ano dos 20 aos 50 anos você terá acumulado um total de R$ 723.998,05. Este valor poderá lhe garantir uma renda passiva de R$ 3.619,99 considerando uma taxa de juros de 0,50% ao mês. Ou seja, você teria se aposentado aos 50 anos poupando e investindo apenas o 13º salário e gastando todo o resto dos salários.

Mas vamos mais longe: digamos que você segue a regra 50/30/20 e aplica 20% do seu salário de R$ 3000 mensalmente, além do 13º ao fim de todos os anos, pelos mesmos 30 anos e com a mesma taxa de 12% ao ano. Ao final do período, terá acumulado um total de R$ 2.555.305,96, o equivale a uma renda passiva de R$ 12.776,53.

E então, no lugar de compra um celular novo e o brinquedo do ano em todos os natais, que tal se tornar milionário e se aposentar aos 50 anos? O que você prefere?

Essa coluna tem como único propósito fornecer informações e não constitui ou deve ser interpretada como uma oferta, solicitação ou recomendação de compra ou venda de qualquer instrumento financeiro ou de participação em qualquer estratégia de negócio específica. Possui finalidade meramente informativa, não configurando análise de valores mobiliários nos termos da Instrução CVM Nº 598, e não tendo como objetivo a consultoria, oferta, solicitação de oferta e/ou recomendação para a compra ou venda de qualquer investimento e/ou produto específico.