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Finanças de A a Z

por Ana Porto

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Juros chegam ao maior patamar desde 2017

A taxa Selic, que serve de base para todos os juros cobrados nas operações de crédito e em boa parte dos investimentos em renda fixa, foi novamente revisada para cima ontem pelo Comitê de Política Monetária (Copom) ontem (08). A taxa foi elevada em 1,50 ponto percentual, atingindo 9,25% ao ano, conforme já era esperado pelo mercado. A reunião do Copom que decidiu pelo reajuste foi a última do ano, com a taxa encerrando 2021 neste patamar, o maior desde julho de 2017.

Mas o que isso significa para você? Como impacta o seu dia-a-dia e os seus investimentos? É sobre isso que vamos falar hoje, destinando as melhores soluções.

Entenda o momento

Primeiro vamos explicar o impacto da Selic nos investimentos e na economia em geral. Em um cenário de Selic mais alta, o capital tende a ficar mais represado em função dos juros também mais altos nos financiamentos e empréstimos, assim como ocorre a redução da alocação de capital no setor produtivo, trazendo uma desaceleração. Além disso, a renda fixa passa a render bem mais, o que faz com que não valha mais tanto a pena realizar outras atividades e investimentos com maiores riscos.

O Banco Central vem promovendo este ciclo de alta da Selic para controlar a escalada da inflação medida pelo IPCA, que já está sendo projetado em 10,18%.

Assim, como já venho alertando há muitos meses, é o momento de readequar a sua carteira de investimentos e equilibrar alocando em renda fixa. Fato é que, como a taxa caiu consideravelmente nos últimos anos, o investidor buscou novas formas de investimentos, muitas vezes não compatíveis com o seu perfil, de modo que vieram a sentir grande desconforto com as oscilações dos investimentos menos conservadores em busca das rentabilidades que outrora conseguiam obter com facilidade em investimentos com menor grau de risco e volatilidade. Mas, agora, os brasileiros começam a resgatar o perfil historicamente conservador em relação aos investimentos.

Além disso, outra mudança decorrente desta elevação na taxa de juros é a alteração da regra da poupança, também uma modalidade de renda fixa. Mas vale ressaltar que isso não faz com que ela seja uma boa aplicação.

Essa alteração ocorre tendo em vista os dois cálculos diferentes da aplicação a depender do patamar da Selic. Com a taxa abaixo de 8,5%, a poupança rende 70% do valor da Selic mais a Taxa Referencial (TR), uma taxa calculada pelo Banco Central que leva em conta, entre outros fatores, o patamar da Selic, e que hoje está zerada. Mas acima deste valor, a poupança passa a render uma taxa fixa de 0,50% ao mês, conforme passa a valer agora.

Em que investir e do que ficar longe

Em um cenário de alta da inflação e consequentemente dos juros, os títulos pós-fixados são a melhor opção em renda fixa. Nestes, a rentabilidade está atrelada ao CDI o que pode te proteger do movimento de elevação do indicador, visto que quanto maior ele estiver, maior será o retorno das aplicações. É o caso de Tesouro Selic, CDBs pós fixados, fundos DI, LCIs e LCAs, por exemplo.

Em cenários de alta de juros, é preciso ter cuidado com as aplicações em produtos prefixados, pois a rentabilidade dos mesmos é travada a uma taxa predeterminada no momento da contratação. Logo, se a Selic subir a patamares maiores que a taxa do produto contratado por você, sua rentabilidade não será mais vantajosa e, inclusive, se a inflação chegar a subir mais do que isso você terá uma rentabilidade negativa de comparado ao produto pós fixado.

Mas, vale ressaltar que, independente do cenário, seja ele de alta ou queda da taxa de juros, é sempre importante ter uma carteira de investimento diversificada, composta por ativos de diferentes classes e contar com uma assessoria especializada para a tomada das melhores decisões.

Essa coluna tem como único propósito fornecer informações e não constitui ou deve ser interpretada como uma oferta, solicitação ou recomendação de compra ou venda de qualquer instrumento financeiro ou de participação em qualquer estratégia de negócio específica. Possui finalidade meramente informativa, não configurando análise de valores mobiliários nos termos da Instrução CVM Nº 598, e não tendo como objetivo a consultoria, oferta, solicitação de oferta e/ou recomendação para a compra ou venda de qualquer investimento e/ou produto específico.