Do combustível à inflação, onde exatamente vai doer no seu bolso?
A principal preocupação dos brasileiros nos últimos anos definitivamente têm sido o constante aumento de preços da gasolina, originados da mudança na política de preços de 2016.
Com o início da Guerra da Ucrânia, o barril do petróleo tem alcançado patamares históricos. O barril chegou a ser cotado a US $150, mas logo em seguida houve uma correção e se encontra próximo a US $125 por barril. Com isso, surgiu a dúvida: Será que a Petrobras vai novamente aumentar os preços?
E sim, ela aumentou. Na quinta-feira (10) a Petrobras anunciou um aumento nos preços de seus produtos derivados do petróleo, 18,7% na gasolina, 24,9% no diesel, e 16% no Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), mesmo gás presente nas botijas encontradas em casas de todo o Brasil.
Os aumentos da gasolina, diesel e gás vão muito além do gás de cozinha, impactando diretamente o transporte, tanto de passageiros de diversos meios de transportes, como também veículos privados (encarecendo a mobilidade urbana) e comerciais, visto que os fretes rodoviários ficam mais caros para compensar o aumento, e quem acaba pagando como sempre, é o cidadão comum na ponta final de toda a cadeia de produção.
Além disso, é esperado que haja um aumento dos preços de produtos importados. A razão disso é simples: com o petróleo cada vez mais caro e o câmbio também, o preço do frete internacional deve subir, já que as principais transportadoras devem repassar para o cliente, o aumento dos custos originados da alta dos combustíveis devido ao petróleo mais valorizado.
Então, talvez agora não seja a melhor hora de você comprar aquela gama de produtos “baratinhos” que vêm da china, visto que agora talvez eles não estejam tão baratos assim.
Os alimentos de forma geral devem sofrer também. Rússia e Ucrânia são importantes produtores, líderes mundiais em diversas commodities, como alguns tipos de grãos (milho e trigo, além do óleo de girassol) e de fertilizantes, é esperado e já tem acontecido um impacto direto no preço dos alimentos de forma geral.
A incerteza dos fertilizantes, cuja a Rússia é a principal fornecedora do Brasil e suspendeu todos os contratos futuros de exportação, gera um sentimento de medo no produtor que tenta se resguardar da possibilidade de não ter fertilizantes para a produção da próxima safra que se inicia em setembro.
Com isso, produtores têm elevado o preço de seus produtos causando um aumento generalizado dos custos de produção de diversos alimentos– que são repassados ao consumidor final. Muito provavelmente, você deve ter notado que as compras do mercado têm ficado cada vez menores em volume, porém ainda mais caras do que antes.
A inflação por sua vez, nada mais é que um termo utilizado para descrever o aumento generalizado de preços de uma economia. Então, com tudo ficando mais caro como abordamos aqui, é gerada uma pressão inflacionária na economia, elevando o índice inflacionário nacional. Com isso, a taxa básica de juros (SELIC) também sofre uma pressão, tornando os empréstimos mais caros e um consequente aumento do endividamento dos brasileiros.
Mas então, como se proteger desse impacto?
Em relação à alta dos preços, há diversas formas de substituir itens da sua lista de compras. Podemos pensar em alternativas como trocar a carne vermelha pela suína ou de aves, dar preferência a grãos que são produzidos em território nacional e não são tão afetados pela dificuldade da importação, dar preferências a massas e etc.
A pesquisa de preços em diferentes fornecedores, também podem ajudar a minimizar os custos em sua vida e sempre deve ser realizada até mesmo em momentos em que não há crise.
No âmbito dos combustíveis, seria ideal dar preferência a outros meios de locomoção, como o transporte público e aplicativos de viagens.
Sempre importante também, é estarmos utilizando da nossa criatividade para pensar em novas fontes de renda. Com nosso dinheiro cada vez valendo menos, precisamos encontrar maneiras de ganhar mais e complementar a nossa renda. Na semana que vem, iremos trazer algumas dicas e ideias do que fazer para conseguir complementar sua renda e minimizar os impactos da inflação em sua vida.
*Esta coluna é atualizada semanalmente, aos domingos.