O Brasil Fechado

O tema do artigo deveria ser a abertura econômica do Brasil e do Espírito Santo nos dias de hoje. Porém, juntando várias peças para melhor traduzir o tema ao leitor, vemos que a abertura é tão abaixo de qualquer régua estabelecida internacionalmente, que é válido o trocadilho do tema. Realizando todo um acompanhamento desde os […]

Por Fabricio Norbim

O tema do artigo deveria ser a abertura econômica do Brasil e do Espírito Santo nos dias de hoje. Porém, juntando várias peças para melhor traduzir o tema ao leitor, vemos que a abertura é tão abaixo de qualquer régua estabelecida internacionalmente, que é válido o trocadilho do tema.

Realizando todo um acompanhamento desde os tempos de Brasil colônia, foi percebido os primeiros sinais de uma disruptura econômica com vieses de abertura em meados dos anos 90, durante o governo Collor, no qual, com algumas medidas liberais, tentou-se fomentar a abertura de mercado. Nota-se, já de antemão, um grande atraso visto o fluxo temporal seguido por outros países emergentes. Tais políticas, de todo modo, não perduraram muito, visto o insucesso em alguns setores, por falta de adaptação.

No Brasil criou-se uma lenda, um tabu, de que importar muito é prejudicial à economia interna. Mas ora, os números dizem outra coisa.

Trazendo um pouco de dados para a leitura, o grau de abertura de um país é basicamente medido pela soma de importações e exportação, dividido pelo PIB. A média dos países emergentes (onde o Brasil se encontra) é de aproximadamente 40% de abertura econômica, já o Brasil possui incríveis 25%, “pode-se ocultar aqui os dados dos países desenvolvidos para não piorar a situação”.

Fato é que, historicamente, todos os países que avançaram economicamente, como em aumento de renda per capita, tiveram, como um dos grandes ingredientes, foco e real execução da abertura econômica. A grande pergunta é: como nos colocarmos na rota dessa abertura?

Engana-se quem pensa que apenas aprender inglês nos conectaria com o mundo globalizado, mas passa por nossas mãos a arma mais importante, de escolher nossos representantes que há muitos governos não dão a devida atenção a esse tema tão relevante para nossa economia, nos arremetendo à economia provinciana do Brasil Colônia.

Espírito Santo, e sua abertura econômica

Em nosso estado a abertura econômica se dá habitualmente em três esferas principais, catalisadas em: grandes empresas exportadoras aqui instaladas, fatores geográficos e políticas de incentivos fiscais.
Grandes empresas exportadoras, atraídas por diversos fatores, geram emprego e renda para a população, fomentam outros negócios interdependentes e nos colocam na rota dos maiores exportadores do país.

Fatores geográficos, como nossos portos, e a localização que favorece o escoamento, nos colocam no centro de importação, exportação e distribuição de commodities e mercadorias para o restante do Brasil e o Mundo.
Políticas de incentivos fiscais, seja pelo FUNDAP lá atrás, ou pelo próprio COMPETES atual, constituem tentativas governamentais estaduais de incentivos à malha empresarial.
Ainda que longe do ideal, o Espírito Santo demonstra um grau de maturidade no assunto superior ao do Brasil, como mostra o gráfico abaixo.

Desfecho Brasil

Atualmente grande parte da falta de avanços expressivos, dá-se a esse Brasil descorrelacionado com políticas externas, o Brasil Fechado, encerra-se o artigo com a frase de alguém que sabe muito sobre o tema, Eduardo Gianetti que diz “O Estado brasileiro hoje faz muita coisa de que não deveria estar fazendo, quando deveria estar fazendo o que é mais indispensável e o que a nação demanda, que é atender às necessidades básicas e elementares da economia”.