O mais importante para (se tornar) o investidor

O último livro de nosso ciclo Ibef Academy 2021 tem como título “O mais importante para o investidor”, no qual o autor cita que sempre o perguntam sobre qual a sua dica de ouro — seja em entrevistas ou em outras ocasiões. Pois bem, ele inicia sua resposta com o título da obra. Pensando sobre […]

Por Luana Nandorf

O último livro de nosso ciclo Ibef Academy 2021 tem como título “O mais importante para o investidor”, no qual o autor cita que sempre o perguntam sobre qual a sua dica de ouro — seja em entrevistas ou em outras ocasiões. Pois bem, ele inicia sua resposta com o título da obra.

Pensando sobre isso, e considerando as palestras em que já tratei a respeito de educação financeira, me surgiu à mente o seguinte questionamento: Qual a minha dica de ouro? O que nos possibilitará ter recursos para investir? Ou fazer com que esses recursos que já investimos sejam maiores?

Bem, assim como o autor Howard Marks, ainda não cheguei a uma dica unânime e absoluta, mas hoje vou me concentrar à 6 dicas práticas:

  1. Crie seu orçamento pessoal: Não importa onde e como (se em Aplicativos, Excel ou no bom e velho papel e caneta), mas saiba e anote exatamente quanto ganha, bem como onde e com o que está gastando. Muitos gastos são esquecidos e nos passam despercebidos quando tentamos controlar ou armazenar mentalmente. Depois de anotados, esses dados nos dão a possibilidade de perceber quais custos são essenciais ou não. O primeiro passo é anotar; depois faça a programação de quanto gastará e, no momento do gasto, atualize seu orçamento. Perceba as diferenças entre seu planejamento e a efetivação dos gastos. Se você não tiver uma renda fixa e constante, isso te auxiliará quanto a sua receita também.
  2. Gaste menos do que ganha: Sim, o óbvio precisa ser dito! Após a primeira dica, e tendo o panorama dos seus gastos em mãos, você talvez poderá perceber que estava usando do cheque especial, pagando o valor mínimo do cartão de crédito, tomando créditos desnecessários, pagando contas com atraso, etc… indícios de que essa regra tão básica não está sendo levada a sério. Matemática é uma ciência exata, não se esqueça disso.
  3. Tenha uma reserva de emergência: Após entender quais são seus gastos essenciais, você poderá dizer com propriedade: “hoje eu vivo com R$ x000,00 por mês”. Com esse cálculo definido, inicie o seu primeiro e mais importante investimento: a reserva de emergência. Ela deve ser o equivalente, pelo menos, a 6 meses de seus gastos fixos, e tem como finalidade acudir em momentos de emergência e imprevistos. Por exemplo: um problema mecânico no carro, uma doença, desemprego ou até uma mudança de planos. A sua alocação deve ser feita buscando sempre alta liquidez e baixo risco, pois de nada adianta destina-la a altos rendimentos e não estar disponível para retirada imediata na hora da emergência.
  4. Invista mensalmente: Assim como você paga aos seus credores, pague-se.  Estabeleça um valor mensal possível de investir e adicione ao seu orçamento como uma conta a ser paga. Busque alocar, pelo menos, 20% da sua renda mensal, e não falhe. O seu melhor funcionário é você mesmo.
  5. Planeje sua aposentadoria: você sabia que 85% dos aposentados brasileiros vivem de favor com outras pessoas atualmente? Imagine-se trabalhando por 50, 60 ou mais anos para se aposentar e não conquistar a liberdade financeira… Entenda se você tem o perfil para fazer aportes numa previdência ou fazer investimentos no longo prazo, como é o caso dos títulos públicos. Não arrisque tanto, mas não se prenda apenas aos investimentos confortáveis e de baixa rentabilidade. Juros sobre juros em 40 anos darão muita importância a um 0,1% ao mês.
  6. Faça planos de curto, médio e longo prazo: compreenda que seus recursos financeiros são meios de conquistar sonhos, de adquirir coisas que fazem sentido para você… por isso, planeje as conquistas, no curto, médio ou longo prazo. Se precisar, coloque no papel e crie um plano para chegar até suas metas, e o revise sempre que necessário. Tenha um propósito que te possibilite uma postura saudável e consciente em relação ao seu dinheiro.

Minha intenção com essas dicas práticas é tão somente criar um caminho, o qual já foi percorrido por diversas pessoas que conheço — inclusive eu — na busca da saúde financeira. 

O bem-estar financeiro faz parte de todas as áreas de nossa vida, assim como — mutuamente — as influencia.

Cada um sabe de seus sonhos, possibilidades e custos para buscar o que quer; ou, pelo menos, evitar o que não quer para o presente e, consequentemente, para o futuro. Sabendo disso, desejo-lhes uma boa jornada!