Alexandre Billot Mori: “as pessoas são fundamentais”

Em atividade há 46 anos no Espírito Santo, a Portocel é reconhecida pela excelência operacional. O terminal portuário capixaba é multimodal e dispõe de completa infraestrutura logística, instalações e equipamentos integrados a diferentes modalidades de transporte: importação e exportação, longo curso e cabotagem, movimentando celulose, cargas gerais, projetos e granéis, de acordo com as necessidades do mercado.

Localizado no município de Aracruz, o terminal faz parte da região de abrangência da Sudene e está conectado por malha rodoviária e ferroviária aos principais centros produtivos e de consumo do país. A partir de julho de 2024, a Portocel passou a atuar também no Porto de Santos, como operador portuário do T32. A empresa de logística portuária é controlada pela Suzano e Cenibra, dois grandes players do setor de celulose e papel.

Em 2023, a Portocel teve o melhor resultado da sua história: o porto registrou incremento de carga de 6% em relação ao ano anterior, com 6,65 milhões de toneladas movimentadas, a maior marca já alcançada. Também teve o melhor Ebitda já registrado, com aumento de 30% frente a 2022, e o melhor desempenho em segurança, com a menor taxa de gravidade já alcançada, o que reflete as iniciativas e projetos adotados pelo terminal para intensificação das medidas e de uma cultura madura, que preza pela segurança e bem-estar dos trabalhadores que atuam no porto.

À frente do terminal portuário está Alexandre Billot Mori. O gerente-geral da Portocel foi reconhecido líder empresarial na categoria Serviços Logísticos. Conheça mais a liderança na entrevista a seguir.

Neste ano, Líder Empresarial tem como tema “Honrar o legado”. Que legado você já recebeu em sua vida? Por quem ele foi deixado? É um legado que te orgulha? Por quê? 

Quando eu recebi o desafio de conduzir e liberar a Portocel, principalmente nesse momento de transição, eu tentei aplicar aquilo que eu recebi de aprendizado ao longo da minha carreira: estar muito próximo das pessoas, sempre aberto a ouvi-las e buscar um ambiente que seja engajador desafiador, mas que, ao mesmo tempo, tenha um clima bom. Esse foi o espírito que sempre me motivou. A jornada não seria fácil e demandaria de nós um esforço e uma dedicação enormes, mas eu sempre busquei deixar as pessoas motivadas, dizendo que era possível alcançar tudo enquanto equipe.

Eu gostaria muito de ser reconhecido como alguém que deixou um legado de transformação num negócio que se reinventou depois de 46 anos. Alguém disposto a capturar as oportunidades e alcançar os objetivos. Alguém que trabalhou para juntar o time com um claro propósito e tendo o realizado.

Eu sinto muito orgulho porque conseguimos, a partir da transformação do negócio, também transformar a jornada das pessoas, mudando a vida delas para melhor, valorizando-as.

E qual legado você gostaria de deixar, seja para no campo profissional, pessoal ou para a sociedade?

Fundamentalmente, nós somos feitos de relações. Nós somos potência porque aprendemos a viver juntos, e toda vez que definimos objetivos juntos, conseguimos cuidar melhor um do outro. Eu desejo muito que o legado que fique é que, por meio das pessoas, vamos continuar entregando resultados. E não dá para ser diferente. As pessoas precisam ter atenção e se sentirem cuidadas. Por isso, o maior desafio do líder é entregar resultados, mas sabendo que na outra ponta existem pessoas que têm sentimentos, visão de mundo. Tem uma lente com a qual elas veem as coisas. Então, o legado que eu gostaria de deixar é o de que as pessoas são fundamentais.

A que você atribui sua liderança, que foi reconhecida por líderes de outras organizações? Qual é a importância de ser reconhecido líder por eles?

Esse momento que a Portocel está vivendo foi muito bem planejado, pensado, este sendo muito bem executado e isso traz visibilidade. E por conta disso a gente acaba tendo uma exposição maior. Mas eu tenho muita tranquilidade de que sou só uma peça na engrenagem. O reconhecimento é fantástico, coroa este momento da Portocel e traz uma responsabilidade ainda maior. A gente vive num ambiente de negócios cada vez mais complexo que demanda muita competência, muita estabilidade e muito entrega.

Inteligência artificial, ESG, inclusão, diversidade… Qual o papel da liderança na construção de estratégias e decisões no que se refere a essas novas realidades, demandas e expectativas do mercado?

Somos um porto e precisamos estar atentos aos impactos do nosso entorno. A gente precisa ter uma mentalidade de desenvolvimento e cuidado com o meio ambiente. E como a gente faz isso? Mudando a realidade das pessoas que estão no nosso entorno, garantindo emprego e renda não por meio do assistencialismo, mas pelo trabalho e do engajamento.

O porto está numa jornada de desenvolvimento e temos uma vontade enorme de inovar e fazer diferente. Estamos próximos dos ecossistemas de inovação, e ainda há muita movimentação a fazer, mas só vamos conseguir realizar por meio das pessoas. Afinal, quanto mais diverso é o grupo, mais rico fica o ambiente

Em poucas palavras, ser um líder que honra o legado é:

Inspirar, comunicar, conectar, transformar, entregar resultado e formar pessoas.

Patrocínio