O cooperativismo como solução para um futuro melhor
* Por Carlos André Santos de Oliveira
Hoje muita se fala em economia colaborativa e ESG, conceitos que refletem a preocupação de muitos públicos com o nosso futuro. Mas, apesar de estarem em maior evidência agora, esses modos de enxergar o mundo e as relações humanas sempre fizeram parte do cooperativismo.
Uma cooperativa é formada por um conjunto de pessoas que se unem em torno de objetivos comuns. Assim é mais fácil garantir a viabilidade econômica do negócio, já que há um grupo coeso disposto a aproveitar oportunidades de renda e mercado. E, para funcionar dessa forma, sete princípios basilares orientam a sua forma de atuação.
O primeiro é o da Adesão Livre e Voluntária, o que traduz a liberdade que qualquer pessoa tem para participar de uma cooperativa, desde que esteja alinhada aos objetivos econômicos do negócio e assuma as responsabilidades como membro.
Também temos o princípio da Gestão Democrática. Ao contrário de modelos organizacionais com gestões centralizadas, as cooperativas permitem que os cooperados participem ativamente da formulação de políticas internas e das tomadas de decisão. As lideranças de uma cooperativa, por exemplo, são eleitas democraticamente.
Em complemento, há o princípio da Participação Econômica dos Membros. Significa que os cooperados são os donos do negócio, pois contribuem para o capital da organização. Com frequência, os excedentes são revertidos em benefício dos próprios cooperados. A decisão é sempre coletiva.
As cooperativas também funcionam com base na máxima da Autonomia e Independência. Esse princípio caracteriza os negócios cooperativistas como organizações autônomas e controladas por seus membros. Mesmo que sejam feitas parcerias com outras organizações, a participação democrática dos cooperados deve ser assegurada.
Educação, Formação e Informação também formam um pilar cooperativista. Com base nele, as cooperativas investem na profissionalização do seu quadro social e de outros públicos estratégicos.
Outros dois princípios que diferenciam o cooperativismo dos demais modelos econômicos são a Intercooperação e o Interesse pela Comunidade. O primeiro preza pela cooperação entre cooperativas e, assim, o movimento coop se fortalece. Já o último traduz o lado social das cooperativas, que realizam ações voltadas para as comunidades onde estão inseridas.
Portanto, mais do que um modelo de negócio, o cooperativismo é um movimento societário que se preocupa com a realidade de todos. Isso o torna uma opção concreta para um futuro economicamente mais justo, viável e sustentável.
Carlos André Santos de Oliveira é diretor-executivo do Sistema OCB/ES e presidente do Conselho Deliberativo Estadual do Sebrae/ES