Abr 2021
15
Tiago Pessotti
MERCADO DIÁRIO

porTiago Pessotti

Abr 2021
15
Tiago Pessotti
MERCADO DIÁRIO

porTiago Pessotti

Resultados do 4º trimestre de 2020

O lucro líquido das empresas do setor de varejo cresceu 27% no 4º trimestre de 2020 na comparação com o 4º trimestre de 2019. Já a receita cresceu 24% nessa mesma métrica. O setor de e-commerce  — comércio online  — foi o mais promissor, com aumento de 37,6% no lucro. Ao mesmo tempo, o volume bruto de mercadoria (GMV), que retrata o valor total de mercadorias vendidas, do varejo online cresceu 77% no período.

Mesmo assim, dentre os meses analisados, dezembro começa a mostrar uma tendência de desaceleração do setor, assim como 2021 iniciou com perspectivas negativas para o varejo.

Os resultados positivos do ano anterior foram muito impactados pelo auxílio emergencial, que aumentou o consumo. Isso porque o auxílio levou a um aumento de 6,4% na renda média das famílias brasileiras. Com sua interrupção em dezembro, os efeitos no consumo já começaram a ser sentidos.

Perspectivas para o 2º trimestre de 2021 e para o longo prazo

É preciso estar atento em relação ao cenário atual e às incertezas decorrentes da pandemia, agindo com certa cautela. Mesmo com a volta do auxílio emergencial, os gastos com a nova rodada não devem ultrapassar os R$ 44 bilhões em quatro meses. Por outro lado, em comparação com 2020, o programa custou aos cofres públicos R$ 294,7 bilhões em nove meses.

O andamento do cronograma de vacinação também poder auxiliar, mas ainda há muita incerteza nesse ponto e sobre quando as medidas de isolamento social tendem a ser afrouxadas.

O time de research do BTG Pactual estima que a Magazine Luíza possivelmente teve um crescimento de 105% em seu GVM online no primeiro trimestre de 2021 na comparação com o ano anterior, enquanto o GVM da Via Varejo e da B2W deve crescer acima de 90%. Porém, com uma base de comparação alta como essa pode resultar em resultados não muito animadores nos próximos meses.

Apesar disso, a reabertura gradual da economia, assim como a recuperação do consumo no médio e longo prazo, com destaque para consumidores com renda mais alta, devem reduzir a volatilidade dos ativos do varejo para patamares inferiores aos vistos em 2020.

Assim, algumas tendências devem ser analisadas: desempenho do e-commerce, o ritmo de recuperação de segmentos classificados como “não essenciais”, a exemplo de vestuário, a resiliência dos setores que se beneficiam do auxílio emergencial, como alimentos e materiais de construção, e a desalavancagem operacional das empresas.

Essa coluna tem como único propósito fornecer informações e não constitui ou deve ser interpretada como uma oferta, solicitação ou recomendação de compra ou venda de qualquer instrumento financeiro ou de participação em qualquer estratégia de negócio específica. Possui finalidade meramente informativa, não configurando análise de valores mobiliários nos termos da Instrução CVM Nº 598, e não tendo como objetivo a consultoria, oferta, solicitação de oferta e/ou recomendação para a compra ou venda de qualquer investimento e/ou produto específico.

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