Maio 2021
30
Tiago Pessotti
MERCADO DIÁRIO

porTiago Pessotti

Maio 2021
30
Tiago Pessotti
MERCADO DIÁRIO

porTiago Pessotti

Funcionamento e riscos dos fundos de crédito privado

O risco de crédito é o principal dessa espécie de fundo, em que os emissores, caso não sejam sólidos, podem dar um default, isto é, não pagar o credor dos títulos.

Além disso, podem haver eventos de baixa liquidez, como crises, em que será mais difícil sacar o dinheiro alocado. Neste caso, é possível que você tente retirar o dinheiro e não consiga, pois o caixa do fundo está sendo gasto na tentativa de ressarcir todos os credores que estão realizando retiradas. De acordo com a liquidez, esses fundos podem ter o saque realizado dias após a solicitação ou apenas em meses.

Ainda há a possibilidade de prejuízos em função da oscilação das taxas de juros. Paulo Bokel, Head de Distribuição da ARX Investimentos, deu o exemplo de quando compra-se muitos títulos prefixados e os juros sobem. Assim, a marcação a mercado joga contra você, pois o seu título prefixado passa a valer menos do que os títulos emitidos no momento. Os fundos de crédito privado com papéis pós-fixados são mais adequados em um cenário incerto, em que não há muita previsibilidade em relação às taxas de juros e à inflação ou mesmo quando há perspectivas pessimistas. Já os prefixados tendem a ser mais adequados em um cenário positivo, de taxas de juros com perspectiva próxima de queda.

No momento, com as perspectivas de alta da Selic, o retorno dos fundos de crédito tende a subir. Com isso, “os fundos de CDI começam a ficar mais competitivos em relação aos fundos de debênture incentivada”, afirmou Bokel.

Monitoramento constante e controle do risco

Para mitigar alguns dos riscos citados acima, principalmente possíveis defaults, o ideal é diversificar a alocação em títulos de crédito privado. É isso que um fundo faz, como os que a ARX Investimentos disponibiliza, de forma a reduzir o impacto da concretização de riscos.

Além disso, Bokel citou que eles procuram empresas sólidas para o portfólio dos fundos, monitorando sempre a situação de classificação de risco das empresas emissoras. “Procuramos empresas sólidas, com papéis mal precificados e que estejam de acordo com a dinâmica do mercado”, destacou ele.

“A gente olha muito o mercado primário e o mercado secundário, e procuramos identificar aqueles que estejam mal precificados, ou seja, que o mercado não entendeu da forma adequada”. Isso significa que eles também buscam identificar assimetrias de preço no acompanhamento do papel, buscando aquelas empresas que estão pagando uma taxa de juros muito elevada mesmo com um risco menor. Ainda, o monitoramento constante possibilita a venda do papel quando a empresa demonstra uma piora da qualidade de crédito. “Não somos pagos para correr riscos desnecessários”.

Essa coluna tem como único propósito fornecer informações e não constitui ou deve ser interpretada como uma oferta, solicitação ou recomendação de compra ou venda de qualquer instrumento financeiro ou de participação em qualquer estratégia de negócio específica. Possui finalidade meramente informativa, não configurando análise de valores mobiliários nos termos da Instrução CVM Nº 598, e não tendo como objetivo a consultoria, oferta, solicitação de oferta e/ou recomendação para a compra ou venda de qualquer investimento e/ou produto específico.

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