Jun 2021
17
Tiago Pessotti
MERCADO DIÁRIO

porTiago Pessotti

Jun 2021
17
Tiago Pessotti
MERCADO DIÁRIO

porTiago Pessotti

Transformação digital está acontecendo

As restrições de circulação do último ano impactaram a atividade bancária. No auge da pandemia, os bancos tiveram de fechar para evitar o contágio durante algum tempo, o que trouxe uma adaptação digital mais rápida do que já vinha ocorrendo. De acordo com a mesma pesquisa, 25% dos brasileiros abriram novas contas em 2020, a maioria delas digitais.

Um dos principais motivos para a persistência dessa transformação é que os bancos digitais geralmente possuem maiores descontos em tarifas bancárias, com a maioria delas zeradas. Sem falar no serviço muitas vezes precário e do tempo perdido nas agências presenciais.

Por isso, muitos bancos estão reposicionando seus canais. O Banco Pan (BPAN4), por exemplo, decidiu focar nos aspectos digitais e, no primeiro trimestre de 2021, a carteira de crédito já atingiu R$ 31 bilhões, com 10 milhões de clientes.

Já o Banco Inter (BIDI4) está no mercado desde 1994, passou a operar como banco múltiplo em 2008, lançou sua conta digital em 2014 e realizou um IPO em 2018 e dois follow-ons em 2019 e 2020. Hoje, tem 11 milhões de clientes digitais e oferece vários produtos em um único aplicativo. Ambos estão listados em bolsa.

Mas como esses bancos conseguem ganhar dinheiro? Algumas das fontes de recursos são multas por faturas atrasadas, cerca de 2% sobre as vendas feitas no cartão, sistemas de recompensa, entre outros.

E os bancões?

Geralmente, há uma dificuldade dos bancos tradicionais para se adaptar ao novo formato, em função de uma grande estrutura física, dificuldade de encontrar mão-de-obra especializada no digital, dentre outros fatores.

De acordo com levantamento da Accenture de 2019, transações instantâneas e gratuitas devem pressionar o setor nos próximos anos. Isso porque os bancos devem perder até 15% de sua receita de pagamentos no mundo até 2025, o equivalente a US$ 280 bilhões.

Além disso, os bancos devem ter mais pressões sobre as receitas de transações e taxas de cartões nos próximos seis anos, visto que os métodos livres de impostos devem colocar em risco 8% da receita de pagamentos. E as quedas em receitas de transações e taxas de cartões já vem ocorrendo. Entre 2015 e 2018, a receita das transações de cartão de crédito de clientes corporativos caiu 33% e com cartão de débito e de débito de pessoa física caiu 12% e 15%, respectivamente.

Nesse sentido, em 2020, Bradesco, Itaú e Santander fecharam juntos 1.526 agências físicas e pontos de atendimento. Porém, o número de agências ainda é alto: o Bradesco fechou 1.083 agências, mas mantêm 3.395 unidades ativas.

Já o Itaú encerrou 167 unidades, restando 4.141 agências e pontos em funcionamento. Por fim, o Santander fechou 276 unidades, ficando com 3.564 agências físicas e pontos de atendimento. Em relação ao número de trabalhadores, Bradesco e Santander demitiram, juntos, 10.974 funcionários, e o Itaú contratou 1.659 novos colaboradores.

Essa coluna tem como único propósito fornecer informações e não constitui ou deve ser interpretada como uma oferta, solicitação ou recomendação de compra ou venda de qualquer instrumento financeiro ou de participação em qualquer estratégia de negócio específica. Possui finalidade meramente informativa, não configurando análise de valores mobiliários nos termos da Instrução CVM Nº 598, e não tendo como objetivo a consultoria, oferta, solicitação de oferta e/ou recomendação para a compra ou venda de qualquer investimento e/ou produto específico.

Veja também

As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

Pular para a barra de ferramentas