A dinâmica de longo prazo da indústria de aluguel de carros parece ser favorável, na avaliação do BTG Pactual. Isso porque fatores como a ampliação da vacinação e a retomada econômica podem fazer com que o deslocamento da população aumente, utilizando mais veículos alugados. Este deve ser um dos principais catalisadores de curto prazo para a valorização das ações de companhias do setor. Com isso, alguns players mais bem posicionados podem se destacar neste momento.
De acordo com a agência de classificação de riscos Fitch Ratings, Para 2021, a agência projeta um aumento médio de 17% das receitas das empresas do setor com base nesses fundamentos. Aparentemente, houve um aumento da preferência de algumas empresas pela locação, terceirizando sua frota, em detrimento da imobilização de capital. Além disso, persiste a tese de aumento da demanda dos motoristas de aplicativo.
A Fitch também avalia que o mercado de venda de veículos usados deve seguir resiliente, levando em conta a elevação dos preços de veículos novos e a baixa oferta de novos veículos no primeiro semestre de 2021.
Além disso, o setor vem crescendo de forma constante na história recente, levando em conta a baixa penetração do setor no país. Nesse sentido, este mercado vem crescendo cerca de 20% ao ano nos últimos cinco anos.
Os riscos apontados pela Fitch estão relacionados a uma deterioração não antecipada do mercado de crédito, a um aumento inesperado da taxa de juros e, principalmente, a incertezas quanto à velocidade da retomada da indústria automotiva, que pode restringir o ritmo de crescimento das locadoras, principalmente no primeiro semestre.
A empresa tem negócios em três setores, o de aluguel de carros, por meio de agências próprias, aluguel de frotas, alugando para pessoas jurídicas em longo prazo, e a divisão de seminovos, que comercializa veículos usados em suas próprias operações de aluguel.
No primeiro trimestre de 2021, a Movida lucrou R$ 109,7 milhões líquidos, superior ao mesmo período do ano anterior em 98,7%, mas 21% menor do que no quarto trimestre de 2020.
Na CEO Conference de 2021, organizada pelo BTG Pactual, o CEO Renato Franklin e o CFO/CRO Edmar Neto destacaram algumas inovações da companhia. Eles falaram sobre a baixa penetração de mercado da Movida nos segmentos em que ela opera, tendo mercado para conquistar ainda. Enquanto empresas como a Localiza tem um market share, ou seja, a participação da companhia no mercado, de 66,1%, a Movida ficou com 16,7%, com mais margem para crescer.
Além disso, mencionaram perspectivas positivas para a divisão de seminovos no curto prazo, devido ao desequilíbrio da dinâmica do setor. Além disso, afirmaram que as negociações com as OEMs estão progredindo bem, e as margens devem continuar subindo, impulsionadas pela diluição de despesas de vendas e pela maior eficiência operacional de suas lojas.
Para o BTG, a reunião foi importante para aumentar a confiança dos investidores no plano de crescimento de longo prazo divulgado há algumas semanas. A administração explicou os principais pilares de crescimento por trás da previsão ousada e tratou dos requisitos de capital para financiá-la.
O banco de investimentos entende que a empresa está sendo punida pelo mercado, com um desconto que não se justifica ao comparar a posição da empresa em relação aos seus pares. Portanto, haveria espaço para superar as expectativas do mercado.
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