Jun 2021
22
Tiago Pessotti
MERCADO DIÁRIO

porTiago Pessotti

Jun 2021
22
Tiago Pessotti
MERCADO DIÁRIO

porTiago Pessotti

Próximos meses: cenário de dólar mais baixo

O cenário de corrida ao dólar já passou, o que naturalmente pode trazer uma correção nos valores, como vêm ocorrendo. Nesse sentido, o Índice DXY, que representa o valor do dólar americano frente a um conjunto de moedas estrangeiras, já apresentou altas desde o início do ano, o que significa que as moedas de outros países estão ganhando valor.

Além disso, especificamente no caso do Brasil, a redução do risco fiscal e resultados positivos nos indicadores econômicos influenciaram na queda do dólar frente ao real. No primeiro trimestre, o PIB brasileiro teve alta de 1,20%, superior à expectativa de mercado, de 0,90%. Também houve surpresas positivas na arrecadação federal, que atingiu R$ 156,8 bilhões e bateu recorde para o mês.

O movimento do Banco Central de ajustar a Selic para cima influencia na desvalorização do dólar frente ao real. Afinal, quanto maiores são os retornos pagos pelos títulos brasileiros, mais investidores devem entrar no país, valorizando o real.

Ainda, o fluxo de investidores estrangeiros tem sido mais intenso nos últimos meses. O investimento em carteira, como em ações, cotas em fundos e títulos de renda fixa, totalizou US$ 39 bilhões nos 12 meses até 21 de maio, no maior nível desde dezembro de 2015.

Levando em conta tais fatores, o BTG Pactual revisou as projeções para o câmbio ao fim deste ano de R$ 5,30 para R$ 4,90.

Como o dólar afeta os seus investimentos

A queda da cotação do dólar por aqui é um reflexo da entrada de investidores estrangeiros, inclusive em bolsa. Com isso, a cotação mais alta dos ativos listados em bolsa pode ser uma das consequências.

Além disso, as importadoras tendem a ser aliviadas, pois os produtos do exterior comprados ficam mais baratos em real, melhorando a rentabilidade. Ainda, as exportadoras ainda são um bom negócio, mas podem perder um pouco de margem de lucro em seus produtos. Vale observar os casos específicos e os fundamentos da empresa de maneira geral. Já as empresas atreladas a economia local vem desempenhando bem, cenário que deve persistir com a retomada econômica.

Por fim, outra possibilidade de alocação é a compra direta do dólar, que agora está menos esticado, como uma forma de proteção de carteira (hedge) em caso de aumento dos riscos fiscais e outros problemas internos que poderiam reverter a situação atual.

Essa coluna tem como único propósito fornecer informações e não constitui ou deve ser interpretada como uma oferta, solicitação ou recomendação de compra ou venda de qualquer instrumento financeiro ou de participação em qualquer estratégia de negócio específica. Possui finalidade meramente informativa, não configurando análise de valores mobiliários nos termos da Instrução CVM Nº 598, e não tendo como objetivo a consultoria, oferta, solicitação de oferta e/ou recomendação para a compra ou venda de qualquer investimento e/ou produto específico.

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As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

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