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Por que os fundos estão perdendo para o Ibovespa?
Os veículos pesados vão desde tratores a ônibus e caminhões. Este foi um setor que veio se recuperando desde meados de 2020 de forma mais intensa do que o esperado. E as projeções para 2021, com a recuperação da atividade econômica, são positivas.
A indústria brasileira produziu 13,1 mil caminhões em abril, alta de 3.000% em relação ao mesmo mês do ano anterior, em que a atividade havia sido impactada pela pandemia. Além disso, no acumulado do ano até abril foram montadas 46,2 mil unidades, alta de 83,9% em relação ao mesmo mês do ano passado, no maior patamar em sete anos, de acordo com dados Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
As projeções da Anfavea no início deste ano já apontavam para uma produção de 135 mil unidades de veículos pesados em 2021, em uma perspectiva otimista. Destes, a maior parte da produção deve ser de caminhões, por volta de 116 mil. Caso se concretize, isso significa que o volume total deverá ser 23% maior do que as 109 mil unidades fabricadas em 2020.
Vale ressaltar que estes volumes poderiam ser ainda melhores se não fosse pela falta de semicondutores. Além disso, o agronegócio deve continuar suportando altos níveis de demanda nos próximos anos, à medida que a produção de grãos aumenta.
E a reabertura econômica também tende a impulsionar o setor, em função de uma frota estruturalmente envelhecida, que deve ser um motor de demanda relevante nos próximos anos.
Entretanto, um dos riscos associados é o aumento do custo da matéria-prima que vem ocorrendo nos últimos meses, fazendo com que elevações nos preços sejam muito prováveis no curto prazo. Apesar disso, as empresas afirmam estar trabalhando para melhorar a gestão do abastecimento.
Algumas das principais ações do segmento, top picks do BTG Pactual, são a Vamos (VAMO3), principal plataforma de locação de caminhões do Brasil, e a Randon (RAPT4), maior produtora de reboques da América Latina e produtora global de componentes automotivos.
Vamos (VAMO3)
A demanda pela terceirização de veículos comerciais cresce cada vez mais, com a Vamos tendo uma rede proprietária de venda de caminhões usados, exposta a quase todas as grandes indústrias e empresas do país, com as quais possui contratos de longa duração e uma base de clientes diversificada, mostrando resiliência.
Além disso, o mercado no qual ela atua é pouco penetrado e seu poder de barganha com os fabricantes do equipamento original é alto, com uma dinâmica competitiva mais suave do que no mercado de aluguel de automóveis, por exemplo.
Os últimos resultados da empresa também foram sólidos, reduzindo consideravelmente o endividamento e com forte crescimento na comparação anual (a/a). A receita líquida consolidada no primeiro trimestre de 2021 foi de R$ 520 milhões, alta de 23% a/a, e o Ebitda — lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização — ficou em R$ 204 milhões, alta de 47% a/a.
Randon (RAPT4)
A Randon é formada por um conjunto de doze empresas que produzem um dos maiores portfólios de produtos relacionados ao transporte de cargas no Brasil, atuando no segmento de reboques e semi reboques, vagões ferroviários e veículos fora de estrada, autopeças e até mesmo serviços financeiros.
Seus resultados do primeiro trimestre também ficaram acima do esperado. A receita líquida ficou em R$ 1,9 bilhão, alta de 64% a/a, e o Ebitda em R$ 349 milhões. Mas excluindo itens não recorrentes, o Ebitda ajustado foi de R$ 334 milhões, alta de 123% a/a.
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