Jul 2021
1
Tiago Pessotti
MERCADO DIÁRIO

porTiago Pessotti

Jul 2021
1
Tiago Pessotti
MERCADO DIÁRIO

porTiago Pessotti

Panorama geral do mercado de saúde

De acordo com a última pesquisa da ANS, agência reguladora do setor privado de saúde, a demanda por quartos de emergência têm crescido. E as autorizações emitidas para exames e tratamentos continuam subindo.

A Razão de Perda Médica (MLR) é uma medida financeira básica que metrifica a porcentagem das receitas que são utilizadas para arcar com as reivindicações médicas dos clientes e atividades que melhoram a qualidade do atendimento. Assim, uma MRL de 80% indica que a seguradora está usando os 20 centavos restantes de cada real do prêmio para pagar despesas gerais, como marketing, lucros, salários, custos administrativos e comissões de agentes.

Geralmente, quanto maior ele é, mais os clientes estão necessitando dos serviços. Neste aspecto, o MLR de caixa dos operadores de cuidados de saúde ficou em 79% em maio. Em janeiro deste ano, estava também em 79%, caindo para 73% em fevereiro, 72% em março e 80% em abril. A elevação em relação aos patamares de fevereiro e março provavelmente reflete as frequências mais altas em relação à Covid-19.

Além disso, os níveis de inadimplência se mantiveram baixos, mesmo em um ambiente macroeconômico desafiador. Já as taxas de ocupação aumentaram em maio, com taxa de ocupação média de 74%, ante 72% em abril. Por fim, houve uma evolução das autorizações emitidas para exames e tratamentos em comparação com o mesmo período do ano passado.

Ações do setor de saúde

Hapvida (HAPV3)

A Hapvida atua com planos de assistência médica e odontológica, no setor de saúde suplementar. Ela pretende ofertar serviços de qualidade, mas com custos baixos.

No primeiro trimestre deste ano, os resultados foram fracos, refletindo a execução sólida, com crescimento de receita e ganhos de eficiência em despesas de vendas, gerais e administrativas. Porém, houve uma maior sinistralidade, isto é, o número de procedimentos para os quais o plano de saúde foi acionado aumentou, reduzindo os ganhos da empresa. Mas isso se deve à piora no quadro da Covid-19 que ocorreu no período.

A receita líquida da empresa cresceu 12% em relação ao mesmo período do ano passado (a/a), em R$ 2,32 bilhões, com a influência da consolidação de novos ativos, como Medical, GSJ, Samedh e Plamheg.

Grupo NotreDame Intermédica (GNDI3)

Já o GNDI é uma das maiores operadoras de Saúde do País, com cerca de 5,6 milhões de beneficiários. Foi um dos pioneiros em medicina preventiva, além de oferecer soluções em saúde e odontologia. Sua estrutura é ampla: 21 hospitais, 75 centros clínicos, 10 unidades de medicina preventiva e 20 unidades de pronto-socorros autônomos.

A empresa reportou resultados fracos no primeiro trimestre, também com uma sinistralidade mais alta, com o aumento das hospitalizações por Covid-19. A empresa registrou receita líquida de R$ 2,9 bilhões, alta de 13% a/a. Além disso, o Ebitda ajustado caiu 53% a/a, para R$ 189 milhões, 40% inferior às projeções do BTG Pactual.

Apesar disso, a visão do banco de investimentos permanece positiva, tendo em vista que os resultados fracos foram impactados pelas frequências mais altas decorrentes da Covid-19, o que deve ser neutralizado no longo prazo.

Além disso, a avaliação é de que o GNDI deve continuar as negociações para fusão com a Hapvida em pé de igualdade, gerando sinergias ainda não precificadas.

Rede D’or (RDOR3)

A Rede D’Or São Luiz é a maior rede integrada de cuidados em saúde do Brasil. Ela possui 51 hospitais próprios, 1 hospital administrado, 39 clínicas oncológicas e banco de sangue, diálise e ambulatórios. Seus investimentos em inovação e pesquisa clínica também são relevantes.

Sua estratégia de M&A tem chamado atenção, motivo pelo qual ela tem realizado novas ofertas de ações em bolsa. Seus resultados foram melhores do que o esperado no primeiro trimestre, fazendo com que o BTG aumentasse o preço-alvo para ao final de 2022 para R$ 90/ação, acrescentando R$ 19 em função das novas fusões e aquisições.

Sem falar que há fortes perspectivas de crescimento de lucros, com um CAGR de LPA de 30% nos últimos três anos.

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