Jul 2021
2
Tiago Pessotti
MERCADO DIÁRIO

porTiago Pessotti

Jul 2021
2
Tiago Pessotti
MERCADO DIÁRIO

porTiago Pessotti

Mercado de cervejarias

Fundada em 1999, a Ambev surgiu com um sonho grande. Ela chegou a reunir grandes marcas de cervejas, como Brahma, Antarctica, Skol e Corona. Por muitos anos, foi a queridinha da bolsa, tida como promissora por investidores pessoa física e institucionais.

O storytelling era perfeito: mesmo em um cenário negativo de crise, a tese era de que o stress geraria aumento do consumo de cigarros e bebidas. E uma empresa que entrega esses produtos teria alto potencial de avançar no mercado. Nesse sentido, o crescimento de lucros nos últimos cinco anos (CAGR) em 2016, por exemplo, era superior a 220%.

E a Ambev ainda era uma grande empresa, bastante prestigiada, e com negócios já estabelecidos, sendo conhecida por ser uma companhia defensiva, e com receita estável e recorrente.

Como diria manchete do último dia de 2010: “Souza Cruz e AmBev brilham na bolsa com força do consumo interno”, retratando como as empresas de fumo e bebidas foram as que desempenharam melhor naquele ano. As ações da AmBev (AMBV4) subiram 50,86% e as da Souza Cruz (CRUZ3) valorizaram 65,78%, enquanto o Ibovespa fechou o ano com alta de 1,05%. Além disso, de 2017 a meados de 2018 a ABEV3 teve uma escalada, com altas de cerca de 50%.

Mas então vieram as tendências de alimentação e estilo de vida saudáveis, cuidados com o corpo e governança corporativa. Isso fez com que as ações da empresa passassem a ser penalizadas, principalmente com algumas novas tendências de consumo. Depois disso, a empresa passou a lutar para recuperar seus anos de glória.

Virada de chave

O resultado do 1º trimestre de 2021 veio bem acima das expectativas do mercado, com um Retorno Sobre o Capital Investido (ROIC) estável e viés positivo no ano.

Um dos principais responsáveis pelo resultado acima foi a inovação. As plataformas digitais da gigante cervejeira, como a Bees e o Zé Delivery, deram o recado. O volume consolidado de crescimento da empresa no 1º trimestre veio em 11,6%.

De 8 mil clientes comprando através do Bees em maio de 2020, agora passou para 550 mil, sendo 65% destes compradores ativos. Além disso, a receita líquida da divisão de cervejaria ficou em R$ 7,1 bilhões, alta de 30,6% em relação ao primeiro trimestre.

No último mês, porém, após altas de quase 30% em menos de dois meses, as ações voltaram a cair. Vamos ver quais serão os próximos passos da queridinha fundada por Jorge Paulo Lemann.

Essa coluna tem como único propósito fornecer informações e não constitui ou deve ser interpretada como uma oferta, solicitação ou recomendação de compra ou venda de qualquer instrumento financeiro ou de participação em qualquer estratégia de negócio específica. Possui finalidade meramente informativa, não configurando análise de valores mobiliários nos termos da Instrução CVM Nº 598, e não tendo como objetivo a consultoria, oferta, solicitação de oferta e/ou recomendação para a compra ou venda de qualquer investimento e/ou produto específico.

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