Jul 2021
4
Tiago Pessotti
MERCADO DIÁRIO

porTiago Pessotti

Jul 2021
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Tiago Pessotti
MERCADO DIÁRIO

porTiago Pessotti

Novo ciclo para a BRF?

A BR Foods é uma corporation. Isso significa que não há um controlador definido, com mais de 50% das ações. Nesse sentido, de acordo com Mesquita, isso confere certa segurança ao negócio porque se algo estiver indo mal, a possibilidade de mudança é maior, menos concentrada.

Um dos principais fundamentos da empresa são suas marcas fortes no mercado, após anos de atuação. É o caso de Sadia, Qualy e Perdigão. Além disso, seus negócios possuem um market share — participação no mercado — de quase 50% nos segmentos em que atuam.

Também vale ressaltar que as empresas de processados e proteínas são cíclicas, visto que são commodities. Isso significa que há períodos com margens de lucros das empresas mais altas ou mais baixas, o que influencia nos preços em bolsa.

“No pior momento do ciclo, é um bom momento para comprar, porque o momento da empresa muito descontada não deve durar para sempre. Principalmente quando a marca é boa, a margem tende a se recompor com o tempo”, destacou Mesquita. Ou seja, trata-se de uma ação que está barata no curto prazo, mas que deve se recuperar no longo prazo. Dessa forma, a tendência é que a margem venha a convergir para a média histórica, momento em que o mercado volta a perceber o potencial da ação, fazendo com que esta decole.

Nesse sentido, percebe-se que a empresa subiu mais de 30% nos últimos dois meses. De acordo com Mesquita, a expectativa é de um preço justo na faixa de R$ 40 para as ações da empresa, sendo que há pouco tempo ela estava negociando abaixo dos R$ 20.

Outro fator positivo é que o negócio da BRF é global. Utilizando-se disso, os planos da empresa envolvem um foco a mais na expansão para outros países, continuando a ganhar market share, como já vem ocorrendo atualmente. “Acredito que o Brasil tem tudo para dominar o mundo nesse segmento de proteína”, nas palavras de Mesquita.

Ainda em relação aos planos de investimento da companhia, que foram divulgados ao fim do ano passado e em meados deste ano, é natural que nos primeiros dois ou três anos após o anúncio os números piorem. Mas vale lembrar que os retornos vêm depois, fazendo da empresa uma boa oportunidade, visto ainda que o mercado tende a redução de lucros, mesmo que temporária.

Foi por tudo isso que um dos principais concorrentes preferiu colocar dinheiro no negócio da BRF no lugar de investir mais em seu negócio.

Um dos riscos, entretanto, é o endividamento da companhia, que confere maior grau de risco, principalmente em função de sua característica cíclica. Apesar disso, o setor em geral tem um maior grau de alavancagem.

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As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

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