Para saber se uma ação está barata, geralmente calcula-se não o seu valor de mercado (preço), mas a relação preço/lucro (P/L), que mostra em quantos anos a empresa consegue lucrar o valor investido. Porém, nem sempre que a ação está barata significa que você vai ganhar dinheiro. Isso porque ela pode lateralizar, ou seja, continuar no mesmo patamar, sem subir de preço, por muito tempo, o que prejudica a rentabilização dos recursos investidos.
Como já mencionado, nem todas as ações baratas são uma boa escolha. Mas por que? Muitas vezes, pelo motivo que levou à queda anterior ou pelo motivo que faz com que ela sempre tenha sido barata.
Pode ser em função do endividamento da companhia, o que pode influenciar de forma negativa no seu desempenho, principalmente em caso de eventualidades futuras que podem pressionar o caixa da empresa. Para que ações de empresas como essa venham a valer a pena em poucos meses, é interessante haver uma trajetória precisa para reverter a situação.
Além disso, o mercado pode ter outros motivos claros para estar penalizando o preço da ação, como o potencial do negócio e a trajetória de crescimento recente.
O mercado tem motivos para abaixar o patamar de preços de uma ação. Mas mesmo se estes forem infundados e a ação for promissora, o ponto é que até o mercado passar a acreditar na ação e seus agentes passarem a comprá-la, anos podem ter passado com o dinheiro comprometido e a ação estagnada por anos.
Com isso, mesmo que a ação esteja barata e a empresa tenha um grande potencial de upside em relação ao valor justo, podem haver outros ativos mais vantajosos no momento mesmo que tenham uma relação P/L maior, dando o mesmo retorno, mas em menos tempo.
Uma boa oportunidade, por exemplo, são algumas ações que caem de forma relevante, mas sem motivo aparente. Assim, podem trazer uma oportunidade de curto prazo interessante, com alta chance de se recuperarem no curto prazo.
Nesse sentido, podemos citar o exemplo de riscos e fatores de curto prazo que podem penalizar uma ação por anos. É o caso das empresas aéreas, que passaram a ser negociadas por menos da metade do preço no auge das quedas com a pandemia.
Mesmo assim, ainda não se mostrou que é um bom momento para investir, visto que ainda havia um bom tempo de incertezas em relação ao turismo e ao retorno das viagens de avião em geral. O e-commerce, por outro lado, disparou e se recuperou muito mais rápido. É tudo uma questão de timing.
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