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Ibovespa cai 1,72% na semana
A especulação em torno da crise hídrica está em foco no cenário atual, influenciando na dinâmica econômica e no desempenho das ações listadas em bolsa. Por isso, é a hora de analisar as oportunidades que podem surgir ou mesmo as formas de se proteger nesse contexto.
Assim, a APX Invest realizou a tradicional conversa com gestor sobre o assunto. Dessa vez, com Gustavo Fabrício, gestor da RPS Capital, gestora de investimentos que existe há oito anos e já gerou um retorno médio de 16% ao ano, de acordo com Fabrício.
“Em 2001, 90% da energia elétrica brasileira era proveniente da matriz hídrica, evoluindo para 70% atualmente. Mesmo assim, a dependência ainda é grande”, contextualizou Fabrício. Além disso, há cerca de dez anos a reposição da água para a geração de energia é deficitária.
As demais matrizes de geração de energia utilizadas hoje são as térmicas, com 20%, eólicas, com 9%, e a energia solar, com 1%. Com base nisso, Fabrício analisa que nos próximos anos o setor solar deve crescer muito, o que traz oportunidades para empresas do setor listadas em bolsa.
Além disso, dentro da própria matriz hídrica de energia, há diferenças entre os segmentos. No caso das geradoras, que cuidam da geração da energia, o impacto de uma piora do quadro hídrico é alto, porque elas possuem contratos que obrigam o fornecimento de energia, fazendo com que, em caso de incapacidade de geração da capacidade contratada, seja necessário adquirir para depois repassar aos consumidores, reduzindo as margens de lucro.
Já as transmissoras fazem a intermediação entre a geradora e o destino do consumidor final, por meio de linhas de transmissão. Mas elas não sofrem com a crise pois possuem contratos fixos e reajustados por índices de inflação, os quais não oscilam de acordo com o volume consumido ou gerado.
Por fim, as distribuidoras são responsáveis por construir uma subestação para distribuir a energia para os consumidores por meio de redes nas cidades, como os postes. O impacto neste caso não é zero, mas é baixo, porque a distribuidora é responsável por comprar a energia, pagar o gerador e o transmissor e cobrar do usuário final o custo da cadeia.
Nesse sentido, Fabrício contou que as transmissoras e distribuidoras que tiveram grandes quedas recentes em função das notícias podem ter criado novas oportunidades de alocação neste setor. Ele também ressaltou que “o setor elétrico vem performando mais do que o Ibovespa nos últimos 12 meses”. Isso com base no racional de dividendos como proteção e com base na segurança estrutural do setor.
Por fim, ele destacou que o principal nome é a Eletrobras, que já superou o maior risco a que estava associada, que era o risco político, após a aprovação da capitalização da Eletrobras, que fez com que o governo deixasse de ser acionista minoritário e não tivesse mais poder de tomada de decisão na companhia.
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