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JHSF: resultados acima da média, mas porque as ações não reagiam?
Embora o Santander tenha aumentado as taxas de financiamento imobiliário, estas continuam em níveis historicamente baixos. Além disso, os outros bancos ainda não estão subindo as taxas. Com isso e com a retomada econômica à medida que o cenário da Covid-19 deixa de ser uma preocupação, a tendência é de impulsionamento do setor imobiliário.
Nesse sentido, a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) estima que em 2021 haja um crescimento de aproximadamente 20% em novos empréstimos. Na avaliação do reasearch do BTG Pactual, este comportamento é viável em função do forte impulso do setor habitacional, com demanda reprimida e famílias valorizando mais suas casas após a pandemia. Partindo dessa premissa, as empresas relacionadas ao setor de construção listadas em bolsa podem decolar.
Os empréstimos da Casa Verde e Amarela (CVA) e de apoio à construção já avançaram proporcionalmente em relação ao total. Já as vendas do programa CVA permanecem sólidas e são impulsionadas pelo enorme déficit habitacional no país.
Nesse sentido, a expectativa do BTG é de que 2021 seja um ano sólido para as construtoras de baixa renda listadas em bolsa. Apesar disso, o aumento do custo dos insumos da construção pode prejudicar as margens dessas empresas, visto que é mais difícil repassar os custos para a população de baixa renda.
Vale ressaltar ainda que há uma tendência de ganho de participação de mercado por parte de empresas menores e com uma estrutura de caixa mais forte, que podem comprar empresas menores que estejam com margens mais espremidas. Isto é, as construtoras listadas estão ganhando market share de empresas menores.
Assim, o BTG destaca que não será uma surpresa se as empresas menores saírem do programa CVA, possibilitando maiores ganhos por parte das empresas listadas.
De acordo com a Abecip, o volume de crédito imobiliário concedido subiu 177% a/a em maio, após forte crescimento em abril, com alta de 149% a/a. Ainda, os empréstimos do SBPE, ou seja, utilizando como fonte as contas de poupança, tiveram alta de 145% a/a em abril.
Nesse sentido, a própria poupança, que é a principal fonte de recursos para financiamento de habitação de média e alta renda, teve a maior captação líquida no ano, de R$ 5,2 bilhões, enquanto a captação nos últimos 12 meses foi de R$ 39,4 bilhões.
Com isso, há um estímulo adicional ao apetite dos bancos por empréstimos imobiliários e de construção, algo fundamental para o forte desempenho das construtoras e corretoras que operam no segmento de média e alta renda.
Portanto, apesar dos impactos da Covid-19 na economia, o BTG avalia que há uma forte atuação do setor de construção civil, com crescimento de lançamentos, vendas e aumento do preço dos imóveis com os custos da construção também aumentando, visto que há maior capacidade de repassar custos para clientes de alta renda.
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