O setor bancário deve ser um dos principais beneficiados da retomada econômica com o avanço da vacinação e a melhora gradual da pandemia.
Nesse sentido, vale destacar que além do mesmo setor já ter performado bem nos EUA quando o país passava por momento semelhante ao atual no Brasil, ainda deve-se levar em consideração as estimativas positivas para os resultados dos balanços dos bancos no 2º trimestre deste ano, que serão divulgados nas próximas semanas, podendo movimentar o mercado.
Há ainda de se destacar que, na média do setor bancário, houve uma queda de mais de 6% no último um mês e meio.
Nos Estados Unidos (EUA), os bancos andaram muito nos últimos meses, muito em função da retomada econômica mais forte por lá, o que beneficia o setor. As ações do setor financeiro no país em 2021 até o final de junho haviam rendido 24,6%, enquanto na zona do euro o dado foi de 14,7%.
Ao mesmo tempo, as ações do setor no Brasil tiveram uma queda de 0,47% no acumulado do ano até o fechamento do pregão de ontem (27), de acordo com os movimentos medidos pelo IFNC, o índice que mede o desempenho médio das cotações dos ativos de maior negociabilidade e representatividade dos setores de intermediários financeiros, serviços financeiros diversos, previdência e seguros.
Dessa forma, é provável que ainda haja um potencial relevante de alta para essas ações, levando em conta o movimento semelhante nos EUA. Além disso, o ciclo de alta dos juros por aqui tende a impactar positivamente os bancos, que podem cobrar taxas mais caras e aumentar os seus spreads.
Nesse sentido, o gráfico ao lado mostra a correlação entre o bom desempenho do setor financeiro e a alta dos juros do tesouro de dez anos. Ao mesmo tempo, quando os juros caem, o setor financeiro desempenha comparativamente pior em relação ao índice de referência.
Todas as ações do setor bancário devem ver uma alta nos lucros na temporada de resultados do 2º trimestre, de acordo com as estimativas do BTG Pactual, com alta de 41% a 976% na comparação anual e entre 3% e 33% na comparação mensal. De acordo com o time de research do banco, o Banco Inter é o que deve apresentar esse movimento de forma mais intensa em ambos os cenários de comparação, subindo 976% na comparação anual (a/a), seguido pelo Banrisul, com +113% a/a, Santander, com +93% a/a, Banco ABC, com +85% a/a, Itaú Unibanco, com +80% a/a, Bradesco, com +77% a/a, e Banco do Brasil, com +41% a/a.
Já entre as financeiras, das seis empresas analisadas, três devem aumentar seus lucros na comparação anual, sendo elas BB Seguridade (+6%), B3 (+20%) e Wiz (+107%). Aquelas que devem ver uma queda em sua lucratividade, por outro lado, são Porto Seguro, IRB e Cielo.
Na comparação trimestral, por fim, entre estas mesmas empresas, apenas Cielo e B3 devem ver a lucratividade reduzir.
Essa coluna tem como único propósito fornecer informações e não constitui ou deve ser interpretada como uma oferta, solicitação ou recomendação de compra ou venda de qualquer instrumento financeiro ou de participação em qualquer estratégia de negócio específica. Possui finalidade meramente informativa, não configurando análise de valores mobiliários nos termos da Instrução CVM Nº 598, e não tendo como objetivo a consultoria, oferta, solicitação de oferta e/ou recomendação para a compra ou venda de qualquer investimento e/ou produto específico.
As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória
