Os índices americanos vêm batendo máximas históricas sucessivas há meses, ultrapassando de longe os patamares anteriores à pandemia. O principal motivo é a alta liquidez global, em função dos estímulos monetários dos bancos centrais em todo o mundo, além a fuga de capital para o país, que é referência para investidores estrangeiros quando o assunto é segurança em um cenário conturbado.
Nesse contexto, tanto ações de growth quando ações value estão se saindo bem, mas as ações de growth têm se destacado ainda mais no último mês.
O Nasdaq Composite, índice que contém as maiores empresas de tecnologia dos Estados Unidos, mais do que duplicou seu valor de mercado desde o auge das quedas com a pandemia. Enquanto isso, o S&P 500 subiu cerca de 90%. Este engloba as 500 maiores empresas do setor industrial listadas em bolsa no país.
A última máxima de fechamento reportada pelo índice foi no dia 26 do último mês, com 4.422,3 pontos, sendo que hoje ele em 4.395, de acordo com o fechamento da última sexta-feira (29). O Nadaq também bateu sua última máxima no mesmo dia, com 14.840,71 pontos, estando em 14.672 na última sexta.
Durante certo período deste ano, as chamadas ações de valor, que geralmente estão atreladas à economia tradicional, estavam desempenhando melhor do que as ações de growth, ou seja, as ações de crescimento, principalmente as companhias de tecnologia que haviam subido muito no ano anterior em função da pandemia e das restrições que incentivaram a digitalização mais intensa dos serviços.
Mas agora as ações de tecnologia, por exemplo, estão aumentando sua vantagem em relação a outros setores. Afinal, trata-se de uma tendência de longo prazo que empresas se tornem cada vez mais fortes neste segmento.
Porém, as ações de growth não se resumem apenas a isso. Elas consistem basicamente em companhias que possuem forte potencial de crescimento, sendo também um setor mais arriscado pois abarca empresas menos consolidadas. É a regra dos investimentos: quanto maior o risco, maior o retorno, mas também maiores são as chances de perdas. Trata-se, portanto, de um investimento com base no potencial da empresa e não necessariamente em seus resultados atuais.
Dessa forma, faz todo o sentido que as empresas de growth tenham voltado a intensificar seus ganhos, visto que em momentos de maior volatilidade e risco no mercado, suas ações caem de forma mais intensa, o que se aplica ao contexto de pandemia.
Além disso, vale ressaltar que a rotação para ações de valor está entrando em seu quarto mês consecutivo, o mais longo período desde 2016.
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