Ago 2021
17
Tiago Pessotti
MERCADO DIÁRIO

porTiago Pessotti

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Tiago Pessotti
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porTiago Pessotti

Últimos acontecimentos em Brasília que podem ter feito preço

Desde o retorno do recesso do Legislativo e do Judiciário, em agosto, a temperatura em Brasília aumentou, ao ponto de prejudicar o desempenho do Ibovespa.

Inicialmente, tiveram impacto as discussões de supostas fraudes eleitorais e falta de confiabilidade nas urnas, apregoada pelo presidente Jair Bolsonaro — fato que repercutiu na Bloomberg, um dos principais veículos sobre investimentos de todo o globo. Posteriormente, isso culminou na votação do voto impresso, em que a proposta governista foi derrotada.

Na sexta (13), houve a prisão do ex-deputado e presidente do PTB Roberto Jefferson, por decisão de Alexandre de Moraes. De acordo com o despacho do ministro, Jefferson integra uma milícia digital especializada em atacar o STF, seus ministros e demais instituições. Já as críticas de Bolsonaro a Barroso se devem à questão do voto impresso.

No final de semana o presidente Jair Bolsonaro disse que entregaria ao Senado pedido de impeachment contra os ministros do STF Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso.

Embora líderes partidários aliados e ministros devem tentar contornar o quadro, a expectativa é que a temperatura aumente.

“Há uma chance remota de prosperar o pedido, mas a situação contribui para aumentar a tensão institucional em Brasília, com muitos investidores decidindo retirar posições de Brasil por enquanto”, afirma Luan Sperandio, editor-chefe e analista político da Apex Partners.

Ele cita outros inquéritos em tramitação no STF e TSE contra Bolsonaro, além da CPI da Pandemia, como fatores que podem deflagrar maiores tensões daqui para frente. “Há a possibilidade de o relatório final ser conduzido por Renan Calheiros, de forma a gerar um fato político, apontando potenciais crimes que teriam sido cometidos pelo presidente Bolsonaro no combate à Covid-19″, explica. “A tendência é que esses embates continuem, especialmente em virtude da proximidade das eleições em 2022”, analisa.

PEC dos precatórios e risco fiscal

Diante do rombo fiscal, fruto do aumento de despesas com precatórios, o governo apresentou uma PEC para possibilitar o parcelamento de grandes volumes, tendo a necessidade de andar rápido com este projeto.

Sem resolver essa questão, há riscos de não se conseguir resolver a situação prometida de um novo programa social que auxilie a parcela mais pobre dos brasileiros.

“Trata-se de temática complexa e que deve enfrentar resistências. É preciso, ao mesmo tempo, acalmar o mercado e aprovar uma medida que abra espaço fiscal para permitir um novo programa social”, explica Luan.

Enquanto isso, investidores ficam preocupados, há maior volatilidade no mercado na ansiedade de se resolver tanto as tensões institucionais quanto uma solução para o orçamento que respeite a regra do teto de gastos.

Se, por um lado, a instabilidade é ruim para a credibilidade do país, por outro, também pode ser um momento para ir às compras em ações com boas teses e fundamentos, e que estão parcialmente desvalorizadas.

Essa coluna tem como único propósito fornecer informações e não constitui ou deve ser interpretada como uma oferta, solicitação ou recomendação de compra ou venda de qualquer instrumento financeiro ou de participação em qualquer estratégia de negócio específica. Possui finalidade meramente informativa, não configurando análise de valores mobiliários nos termos da Instrução CVM Nº 598, e não tendo como objetivo a consultoria, oferta, solicitação de oferta e/ou recomendação para a compra ou venda de qualquer investimento e/ou produto específico.

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