Investidores estrangeiros continuam entrando apesar de Ibovespa em queda
Momentos em que a bolsa acumula várias quedas, pode ser, justamente, o momento em que surgem oportunidades de ir às compras.
O motivo é simples: nada mudou no lucro das empresas. Pelo contrário: os últimos resultados vieram bastante positivos. E, como vamos provar hoje, o desempenho das ações em bolsa no longo prazo nada mais é do que um reflexo do lucro e dos resultados de modo geral.
O ponto que determina o desempenho das empresas nas suas cotações são os resultados das empresas, pelo menos no longo prazo. Isso é indiscutível. Assim, quanto maiores são os resultados, mais as ações sobem. Estão em jogo aqui indicadores como lucro, Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização), receita, entre outros.
Nesse sentido, o gráfico ao lado mostra o desempenho em bolsa de quatro empresas durante 12 meses em relação ao seu Ebitda, demostrando uma correlação direta entre eles. Ou seja, reforça a máxima de que quanto mais os resultados crescem, mais as ações sobem.
Quanto menos você paga por esses resultados, menor o seu risco. Por isso, quando a bolsa cai sem uma correspondência nos lucros, é quando surgem as assimetrias de preço. Esse é o momento ideal para comprar bolsa. Afinal, os preços estão mais baixos do que em condições normais de temperatura e pressão.
Para saber se está pagando um bom preço, portanto, analise indicadores como EV/Ebitda, que mostra a relação entre o valor de uma empresa e o Ebitda, e Preço/Lucro (P/L), que mostra o tempo necessário para a empresa recuperar seu valor de mercado através do lucro. Quanto menores eles forem, menos você está pagando pelos resultados futuros.
Nesse sentido, o Ibovespa está negociando por volta de 7x o lucro estimado para as empresas que compõem o índice nos próximos 12 meses, em um nível extremamente descontado na comparação histórica. Para se ter uma ideia, o patamar é semelhante ao início da pandemia e ao período da crise de 2008.
É claro que você também deve observar outros indicadores, visto que muitas vezes estes são baixos porque o futuro da empresa não é promissor, ou porque há algum “problema” em seus negócios que deve fazer com que sejam reduzidos os retornos no longo prazo.
Mas no momento, o que tem ocorrido é o exato contrário. Com o governo ameaçando furar o teto de gastos, o mercado perde a confiança na política econômica, exercendo pressão vendedora. Mas os resultados das empresas e os índices mundiais apontam em sentido contrário.
Nos Estados Unidos, S&P 500 e Nasdaq 100 estão bem próximos das máximas histórias. Ainda, os resultados do segundo trimestre foram positivos, fazendo com o que o patamar dos lucros atuais das ações do Ibovespa não justifique as quedas, gerando um descasamento entre preço e resultados. É oportunidade na certa.
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