Com juros baixos ou zerados em países estáveis, o fluxo global de alocação em fundos tem se deslocado para os países emergentes, o que deveria beneficiar a alta dos ativos nesses mercados. O Brasil, no entanto, não teve um fluxo positivo em julho da mesma forma que o restante dos emergentes, apesar de já estar se recuperando em relação à entrada de investidores em agosto.
Veja como está o fluxo de investidores estrangeiros no momento e quais são as oportunidades.
Os fundos de ações de mercados emergentes já levantaram US$ 52 bilhões no primeiro semestre de 2021, enquanto os fundos globais captaram US$ 234 bilhões, um patamar que se mostra positivo aos emergentes na comparação.
Já no Brasil, após três meses de fluxo positivo, julho registrou uma saída de R$7,1 bilhões de ações brasileiras. No primeiro semestre, apesar isso, o fluxo fica positivo em R$ 41 bilhões, o equivalente ao dobro do recorde anterior, em 2009. Assim, as alocações em ações no Brasil seguem crescendo.
Essa migração de mercados mais consolidados para mercados emergentes foi bastante vista neste ano em função da alta liquidez global decorrente de políticas dovish em Bancos Centrais em todo o mundo, principalmente nos países mais desenvolvidos. Isto é, houve a continuidade das taxas de juros baixas ou até mesmo negativas, o que gera um maior apetite ao risco por parte dos investidores estrangeiros, que passam a buscar maior exposição em países emergentes na busca por maiores retornos.
Apesar da alta liquidez global e dos juros baixos, o Brasil não tem apresentado o mesmo desempenho verificado na média dos emergentes.
Há diversos fatores de instabilidade que acabam por reduzir esse fluxo no Brasil, como preocupações fiscais e políticas. Nesse sentido, sempre que a percepção de risco de um país aumenta, o apetite pelas ações de suas empresas cai.
Porém, em agosto os investidores estrangeiros já estão voltando a comprar Brasil. Na última semana, apesar das quedas, houve um saldo líquido de entrada por três dias seguidos: 15, 16 e 17. Apenas no dia 16 houve a entrada de R$ 1,2 bilhão líquidos e no dia 17 ingressaram R$ 2,05 bilhões líquidos. No entanto, no dia 18, o saldo foi negativo, com a retirada de R$ 860 milhões do segmento secundário da B3, mas ainda com o fluxo de capital externo positivo em agosto, registrando entrada líquida de R$ 4,83 bilhões no mês e R$ 44,586 bilhões no acumulado do ano.
Assim, agora resta ver os próximos movimentos no cenário político, econômico e corporativo no Brasil, além do andamento da pandemia, e analisar a reação dos investidores estrangeiros e do mercado em geral. Fique ligado na coluna Mercado Diário para acompanhar os próximos capítulos dessa história.
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