Set 2021
8
Tiago Pessotti
MERCADO DIÁRIO

porTiago Pessotti

Set 2021
8
Tiago Pessotti
MERCADO DIÁRIO

porTiago Pessotti

Como é a dinâmica entre mercado externo e interno?

No evento APX Talks da última semana, o Estrategista-chefe da APX Invest, Tiago Pessotti, disse uma frase que elucida muito bem a influência externa sobre Brasil: “quando falamos de Brasil, somos um vagão da locomotiva que move o mundo”. E completou que podemos estar no menor ou no maior vagão, depende das circunstâncias.

Assim, políticas econômicas de determinados países podem surtir efeitos muito relevantes em outros, como temos visto. Além disso, as relações comerciais interligadas intensificam esse cenário. Por exemplo, os países desenvolvidos e emergentes fornecem produtos para os EUA, então algumas empresas são favorecidas ou desfavorecidas em caso de demanda maior ou menor.

Entenda o cenário macroeconômico atual

Nos últimos meses temos visto um crescimento muito forte nos EUA, em níveis próximos à 7% ao ano. São “números chineses”, como afirmou Pessotti. Uma das explicações para isso é a base baixa de crescimento, além do processo de retomada com medidas menos restritivas que já está bem avançado por lá, e que deve se seguir no Brasil também.

Porém, parece que os EUA atingiram o pico de crescimento em relação aos indicadores. Dessa forma, já há uma desaceleração, mas com bases altas de crescimento. Mas em relação à ótica de crescimento de médio prazo, há tendências positivas nas economias desenvolvidas, com o plano de infraestrutura americano de US$ 550 bilhões para ser aprovado em setembro.

Uma questão que tem preocupado é a inflação. No caso dos veículos, por exemplo, a demanda continua forte, mas sem oferta correspondente, apertando a ponta dos preços.

Nos Estados Unidos, a inflação em alta traz algumas medidas de redução dos estímulos econômicos por parte do Federal Reserve, banco central americano, que já fala em reduzir os estímulos, como a compra de ativos, ao fim deste ano. Apesar disso, como o Fed já está sinalizando o movimento há algum tempo, as reações do mercado devem ser menores.

O problema é se a inflação ficar persistente e o Fed tiver que subir os juros antes do esperado. Dessa forma, o aumento de juros de forma antecipada é que tem preocupado. Neste caso, o dinheiro que está buscando retorno nos emergentes tende a retornar aos EUA, desvalorizando moedas locais e gerando uma reação em cadeia de alta dos juros em outros países e provável queda de ativos.

Porém, o cenário base é de uma inflação transitória.

Essa coluna tem como único propósito fornecer informações e não constitui ou deve ser interpretada como uma oferta, solicitação ou recomendação de compra ou venda de qualquer instrumento financeiro ou de participação em qualquer estratégia de negócio específica. Possui finalidade meramente informativa, não configurando análise de valores mobiliários nos termos da Instrução CVM Nº 598, e não tendo como objetivo a consultoria, oferta, solicitação de oferta e/ou recomendação para a compra ou venda de qualquer investimento e/ou produto específico.

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