Nov 2021
1
Tiago Pessotti
MERCADO DIÁRIO

porTiago Pessotti

Nov 2021
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Tiago Pessotti
MERCADO DIÁRIO

porTiago Pessotti

Entenda a dinâmica do teto de gastos e do Auxílio Brasil

O que mais vem impactando os investimentos em bolsa nos últimos meses no Brasil são as implicações fiscais após a flexibilização do teto de gastos, de forma a “criar espaço” para novo valor para a parcela do Auxílio Brasil, de R$ 400. Com isso, as incertezas no mercado em relação ao risco fiscal é o que mais têm jogado os ativos para baixo. Nos próximos meses, esse cenário pode continuar impactando, a depender do desenrolar dos acontecimentos, ainda mais com a proximidade das eleições no próximo ano, que devem ser mais um fator de instabilidade e volatilidade para a bolsa.

Mas para quem ainda não está familiarizado com a nova proposta e seus impactos, basicamente o governo deseja criar um novo programa social, o Auxílio Brasil, o qual custaria mais caro por pessoa do que o Bolsa Família. Mas para que mudanças desse tipo sejam possíveis, a proposta precisa indicar as fontes de receita para financiar o programa social.

Neste caso, a ideia era arcar com estes custos a partir da recriação da tributação de dividendos por meio da 2ª Fase da Reforma Tributária, já aprovada na Câmara.

Mas o texto estava enfrentando resistências no Senado, e por isso, a partir da percepção de que o texto não deve avançar a tempo, criou-se uma alternativa para abrir espaço fiscal para o programa social do governo. Esta forma foi a alteração da correção do teto de gastos a partir da PEC dos Precatórios, saindo do atual Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no acumulado de 12 meses para a adoção da correção de inflação ainda por meio do IPCA, mas de janeiro a dezembro.

Por fim, o parecer do deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) foi aprovado em semanas anteriores pela Comissão Especial com o apoio do governo, adotando tal medida. As duas medidas liberam um espaço de R$ 83,6 bilhões no Orçamento de 2022, com o governo buscando fazer caber o aumento do auxílio para R$ 400.

E os investimentos?

Ainda há outros fatores que geram insegurança e incertezas para os investidores, como estes problemas fiscais, a questão dos precatórios, entre outras questões que fazem com que, mesmo a bolsa estando em um dos menores patamares de preço/lucro e com resultados dos balanços das empresas listadas na B3 no 3º trimestre vindo bastante positivos em sua grande maioria, ainda assim a bolsa não está mostrando recuperação até o momento.

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As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

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