O Ibovespa já está na casa dos 102 mil pontos, com muitas ações extremamente descontadas e até mesmo mais baratas do que no auge da pandemia. O preço/lucro (P/L) é um dos principais indicadores a serem analisados quando o assunto são empresas baratas. Ele indica quanto tempo a empresa levará para retornar o preço pago em forma de lucro.
Porém, embora tenham diversas oportunidades de ações baratas para serem adquiridas, vale sempre lembrar que a análise de uma empresa é muito mais complexa do que isso, com diversos fatores podendo interferir no retorno e nas perspectivas de longo prazo.
Mesmo assim, hoje o elevado grau de incerteza em termos macroeconômicos, políticos e fiscais são o que está segurando o Ibovespa. Portanto, ao aproveitar estas oportunidades, saiba que pode passar por bastante volatilidade e um grau maior de risco no caminho.
Com relações P/L tão baixas, o que procurar para este momento? Não é a melhor escolha buscar empresas apenas com esse indicador baixo, pois podem haver fatores que justificam tamanho desconto. Nesse sentido, vale buscar empresas com balanços sólidos, consolidadas no mercado e com um bom histórico de entrega de resultado, e que estão sendo penalizadas em termos de preço em função das quedas generalizadas. Não busque, pelo contrário, empresas extremamente arriscadas.
O setor bancário é um dos que está bastante descontado, com um bom histórico de resultados, no geral, aqui no Brasil. É, ainda, um setor bastante resiliente em crises, como a que viemos vivenciando. Porém, a visibilidade para o setor é baixa é função da elevação da inflação global e do aumento de juros.
Outro setor que deve ser impactado é o varejo, que deve sofrer com a inflação mais alta reduzindo o poder de compra da população. Além disso, com uma política monetária contracionista e expectativas menores para o crescimento, o consumo mais baixo deve continuar impactando.
Ainda devemos ficar atentos em relação à consequência da alta de juros global, que pode fazer com que a bolsa continue andando de lado em função de menor liquidez global e uma renda variável menos atrativa. Os fatores políticos já conhecidos também preocupam, com questões como: a forma do governo pagar seu novo programa social, a resolução do problema dos precatórios, o teto de gastos, entre outras questões que fazem com que as contas públicas estejam sob uma perspectiva incerta. A proximidade das eleições e a subida dos juros também contribuem para este ambiente.
Um dos setores mais defensivos no momento é o setor elétrico, cujas receitas são estáveis e os dividendos normalmente altos, sendo uma boa alternativa para o longo prazo. Seus contratos são indexados e de longa duração, o que confere bastante estabilidade às receitas e aos lucros, além de ser um setor essencial em termos de consumo. Com isso, fatores econômicos e fiscais tendem a influenciar menos em seu desempenho, ao menos em termos operacionais, mesmo que as cotações acabem caindo por efeito de tabela junto ao restante da bolsa.
As seguradoras também se mostram mais seguras para o momento, pois têm maior facilidade de repassar a inflação ao consumidor, além de ser um setor resiliente e com bom histórico de outras crises.
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Uma análise completa do cenário atual de mercado e das melhores oportunidades de alocação neste contexto:
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