Abr 2022
11
Tiago Pessotti
MERCADO DIÁRIO

porTiago Pessotti

Abr 2022
11
Tiago Pessotti
MERCADO DIÁRIO

porTiago Pessotti

Cenário internacional com perspectiva de mais juros e menos crescimento

Mesmo sem resultados de geração de emprego acima das expectativas nos EUA, os analistas ainda enxergam força no crescimento da economia americana. No entanto, investidores devem ficar atentos porque o avanço da economia pode acelerar a inflação, e como forma de combatê-la, o Banco Central Americano (FED) poderá aumentar as taxas de juros.

Neste sentido, teremos nesta semana a ata do FED que irá detalhar o direcionamento em relação ao movimento dos juros, frente ao cenário de mais inflação e crescimento da economia americana.

Muito diferente dos EUA, onde a economia está pujante, a Europa começa a apresentar sinais de recessão, e não está descartada do papel uma possível estagflação (quando há o aumento generalizado dos preços aliado a uma diminuição da atividade econômica, ou até retrocesso).

A guerra causou inflação em diversos setores, principalmente o energético que registra aumento de 40% no acumulado anual. Por conta dessa pressão inflacionária, é esperado que o Banco Central europeu comece a aumentar os juros, com o intuito de conter esse avanço.

E qual o impacto da guerra sobre essas economias? Para os analistas, é cada vez menor

A razão disso é que os investidores globais têm apostado num fim do conflito ainda neste mês. Por sua vez, o Covid parece novamente ter esse poder, já que o lockdown da China – anunciado na semana passada, refletiu nos preços dos mercados globais. A preocupação é em relação às cadeias de suprimentos que, novamente, podem ser afetadas por novas medidas de restrições para conter o avanço do vírus.

Todavia, não há sinais de que a China irá entrar numa recessão, e sim de que haverá uma revisão da projeção do crescimento chinês por parte dos grandes bancos, que seguiam o projetado pelo governo chinês, onde era apontado um crescimento de 5,5% em 2022. Agora, analistas acreditam que o número deve ser menor, estando em torno de 4,6%. Essa quebra de expectativa sobre o crescimento refletiu nos preços dos barris de petróleo, que fechou em leve queda na semana passada.

Fim do ciclo de alta dos juros se aproxima; Greves de funcionários públicos preocupam mercado

Para o Brasil, uma diminuição do crescimento chinês deve ser tratada como um risco, pois se trata do nosso principal parceiro comercial. Os reflexos serão sentidos no setor de importação e exportação, já que ao crescerem menos, eles também devem demandar menos produtos.

Nesta semana, teremos também a divulgação do IPCA do mês de março (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) que mede a inflação. No índice parcial de 15 dias de março, o índice veio acima do esperado pelo mercado, em 0,95%. Desta forma, não é de se surpreender que a inflação do mês passado feche na casa de 1,3%.

Os preços das commodities, que haviam disparado com a guerra, começaram a se assentar. Com isso, o IGP-M (outro indicador de inflação, muito utilizado nos aluguéis) pode ser empurrado para patamares negativos, indicando uma redução da inflação e dando margem para o fim do ciclo de alta dos juros (que já precificou o aumento de 1 ponto percentual na próxima reunião do Banco Central).

Tratando da política nacional, tivemos a nomeação de um possível novo Presidente da Petrobras, Adriano Pires, mas que na segunda-feira (04) pela manhã, recusou o cargo alegando conflitos de interesses. Por outro lado, na semana passada foi anunciada a greve dos funcionários do Banco Central por tempo indeterminado. Agora, no mesmo sentido, outros órgãos governamentais como a CVM e o CGU, começaram um movimento em torno de uma paralisação geral, em busca de reajustes e gratificações, podendo paralisar diversos segmentos importantes do mercado.

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As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

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