Abr 2022
20
Tiago Pessotti
MERCADO DIÁRIO

porTiago Pessotti

Abr 2022
20
Tiago Pessotti
MERCADO DIÁRIO

porTiago Pessotti

Mercado internacional observa movimento de retiradas de estímulos

Na Europa, a guerra continua e com poucas esperanças para uma resolução pacífica, com o presidente Putin afirmando que as negociações se encontravam em um “beco sem saída”, fazendo que a pressão inflacionária continue.

Mesmo com os índices de inflação na Zona do Euro estando elevados – atualmente em 7,5% -, o discurso adotado pela diretoria do ECB (Banco Central Europeu) foi de parcimônia e de arrefecimento das expectativas em torno de um aumento na taxa de juros.

O tom adotado pelo órgão, fez com o que o mercado jogasse as apostas do início do ciclo de alta dos juros para o início do primeiro trimestre, indo contrário às expectativas de que eles adotariam o mesmo posicionamento do FED (Banco Central Americano).

Em relação ao FED, os executivos do Banco continuam expressando suas falas defendendo um aumento dos juros para conter a inflação. Inflação esta, que se encontra nos níveis mais altos dos últimos 40 anos da economia americana, em 8,5%. Todavia, este número é impulsionado por produtos mais voláteis, como os preços de energia, enquanto outros produtos, embora também tenham aumentado de preço, não causam espanto nem geram movimento de mercado.

Com isso, as expectativas em torno de um cenário de alta dos juros tendem a ser atendidas, com Jim Bullard – Diretor do FED em Louisiana – defendendo uma posição agressiva de aumento.

No mundo oriental, a China apresentou bons dados de crescimento do PIB neste primeiro trimestre, superando as expectativas – avançando 4,8%. O número, entretanto, é impulsionado pelos dados de janeiro e fevereiro, onde a produção industrial foi forte, já que em março, o governo Chinês anunciou novas medidas restritivas por conta da Covid-19 que impactou o crescimento do mês passado, embora ainda tenha apresentado alguma força.

A performance da economia chinesa é de suma importância para o Brasil, por ser nosso principal parceiro comercial, e que em grande parte, dita se haverá espaço para o crescimento do nosso País.

Fim do ciclo de alta dos juros aparenta estar mais distantes com a inflação apertando a renda das famílias

Nas últimas semanas, observava-se um movimento do mercado comprando o fim das altas dos juros na próxima reunião do Banco Central, porém, com os dados do IPCA – índice que mede a inflação brasileira -, superando as expectativas, surgiu-se a dúvida nos agentes do mercado se realmente o fim se aproxima.

Neste sentido, Roberto Campos Neto – Presidente do Banco Central – falou em um evento que o discurso e o plano de voo que vinha sendo traçado pelo mercado, irão sofrer alterações, mencionando que vai se reunir com os demais membros da alta cúpula do órgão para revisar a próxima alta que já estava definida, podendo vir ainda mais forte. Portanto, o mercado agora começa a comprar uma alta mais forte nos juros, com estimativas em torno de uma definição em 13,25% – um salto de 1,5% em relação à atual taxa.

Embora a inflação e os juros altos tragam riscos para o crescimento do Brasil, os dados de atividade econômica vieram bons, mesmo com o setor de serviços – um dos mais fortes da nossa economia -, apresentando uma certa fraqueza, mas já esperada devido a razões sazonais. Por conta disso, é possível que haja uma revisão do crescimento do PIB brasileiro, que pode crescer acima das expectativas.

Entretanto, os rumos da nossa economia ainda não foram definidos por completo, já que a inflação pode continuar diminuindo a renda familiar, além de ser necessário observarmos com atenção o crescimento da China que possui relação direta com o nosso.

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As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

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