Ago 2022
4
Tiago Pessotti
MERCADO DIÁRIO

porTiago Pessotti

Ago 2022
4
Tiago Pessotti
MERCADO DIÁRIO

porTiago Pessotti

Brasil e Estados Unidos

A taxa básica de juros (Selic) é o principal instrumento do Banco Central para o controle da inflação. Quando o Comitê de Política Monetária (Copom) eleva a taxa, pretende conter a demanda aquecida e levar à redução de preços. Isso porque os juros mais altos encarecem o crédito. Dessa forma, taxas mais altas seguram a atividade econômica.

É justamente o que vem ocorrendo desde março do ano passado. De lá pra cá, houve aumento de 11,25 pontos percentuais. Nesta terça-feira (02), o Copom iniciou uma nova reunião para decidir sobre a revisão da taxa básica de juros. É esperado aumento de 0,5 ponto percentual na Selic, passando de 13,25% para 13,75% ao ano.

Na decisão, o Copom deverá levar em consideração o risco fiscal causado pelo aumento no valor das parcelas do Auxílio Brasil de R$ 400 para R$ 600, além do aquecimento da economia brasileira. Apesar da expectativa para o fim desse ciclo, analistas afirmam que pode haver uma nova elevação de 0,25 ponto percentual.

Na última semana, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) referente a julho veio em linha com o que já era esperado: houve recuo de 0,13%. Essa redução foi motivada por problemas na cadeia de suprimentos, que prejudicam a indústria. Mas o setor de serviços mostra força, pressionando a inflação.

Nos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed, banco central americano), optou por aumentar em 0.75 ponto percentual a taxa de juros no país. As atenções estavam voltadas para a mensagem que seria passada pelo presidente da instituição, Jerome Powell, sobre o possível fim do ciclo de elevações.

Powell reconheceu que a atividade econômica do país está desacelerando, mas afirmou que o momento é de incertezas e que pretende aguardar a divulgação de dados mais convincentes. O índice dos gerentes de compras da indústria americana se mantém acima de 50, da marca que separa a contração da expansão.

Nas últimas duas semanas, o movimento foi de forte alta nas bolsas. O mercado começou a entender que o enfraquecimento da atividade econômica nos Estados Unidos, segundo os indicadores, poderia colaborar para que o Fed não precisasse subir tanto os juros como vem fazendo para combater a inflação.

Zona do euro e China

Na zona do euro, os índices de gerentes de compras dos quatro maiores membros indicaram contração na atividade industrial, com o encolhimento confirmado para a região como um todo. A produção manufatureira asiática continuou a enfraquecer em julho, em decorrência de complicações persistentes na cadeia de suprimentos e da desaceleração da economia global.

No final dessa segunda-feira (01), a presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, chegou a Taiwan, apesar do alerta feito pela China de que seus militares entrariam em ação caso Pelosi desembarcasse na ilha que é considerada pela China não uma nação, mas uma península rebelde.

Ao longo desta semana, vale acompanhar: 

Terça-feira: Abertura de vagas de trabalho nos EUA (JOLTS), com expectativa de 10,99 milhões, ante 11,25 milhões no mês anterior; manifestações do membro do Fed James Bullard Bullard, Índice de Gerentes de Compras (PMI Caixin) de serviços;

Quarta-feira: ISM Serviços PMI com 53,9 esperado, partindo de 55,3 anterior;

Quinta-feira: Decisão taxa de juros Inglaterra com elevação para 1,75% ao ano, partindo de 1,25% vigente; pedidos de seguro desemprego nos EUA, com expectativa de 250 mil, ante  256 mil anterior; e fala do membro do Fed Loretta Mester;

Sexta-feira: Relatório de emprego dos EUA (payroll), com criação de 250 mil vagas, ante 372 mil no mês anterior; e taxa de desemprego estabilizada em 3,6%.

Veja também

As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

Pular para a barra de ferramentas