PIB supera expectativas e avança 3,2% em um ano
Após 18 meses, empresas devem retomar processos de abertura de capital na bolsa de valores brasileira após um cenário de volatilidade econômica e a alta de juros, com a taxa básica de juros da Selic chegando a 13,75% ao ano. O mercado de ações já trabalha com um movimento de R$ 80 bilhões em ofertas (IPOs) para o ano que vem na B3 – número abaixo do recorde registrado no ano passado, quando a bolsa brasileira havia movimentado R$ 130 bilhões.
A expectativa da semana é de que o Banco Central do Brasil (BCB) permaneça com a taxa Selic em 13,75% e encerre o ciclo de ajuste da política monetária, com elevação das apostas para juros mais altos nos Estados Unidos e na Zona do Euro.
Existe a possibilidade de um aumento de 0,25% na Selic, alcançando 14%. Porém, o mercado está dividido nesta análise.
O Banco Central tende a manter os juros nos atuais níveis a fim de “ajustar” a curva de juros local que ainda precifica cortes na Selic entre maio e junho. Juros mais altos por mais tempo é o cenário mais provável para 2023.
Com a proximidade das eleições, o cenário político ganha visibilidade. As pesquisas divulgadas, até o momento, continuam mostrando divergência nos resultados.
No entanto, a pesquisa realizada pelo Instituto Futura Inteligência, contratada pela Modal, apresenta pela primeira vez o presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro, à frente na disputa do segundo turno com margem apertada. Informação que o mercado já estava esperando, principalmente, pelos bons números da economia e programas de política fiscal.
O mercado também está acompanhando de perto a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) a respeito da suspensão da lei que estabelece o piso da enfermagem. O principal ponto de discussão é de onde virá o dinheiro para garantir o pagamento do piso aos profissionais já que não foram indicadas qual será a fonte de custeio.
Em relação aos dados de atividade econômica, o setor de serviços alcançou resultados acima do esperado com o retorno da população nas ruas para o “novo normal”. Por outro lado, o setor varejista (supermercados, postos de gasolina e farmácias, etc) apresentou queda, com indicação que a política monetária pode estar começando a apertar as condições financeiras para o segmento.
A prévia do IBC-Br, um importante indicador que funciona como uma prévia do resultado do PIB, apresentou resultados positivos, com protagonismo do agronegócio e momento forte para o de serviços. Não será uma surpresa se o PIB registrar crescimento próximo a 3% até o final do ano.
No cenário internacional, investidores ficam atentos ao FED (banco central americano) que vai definir a nova taxa de juros nesta quarta-feira (21). A inflação nos EUA continua apresentando pressão generalizada entre os componentes, tanto em bens quanto em serviços. Com a desaceleração no acumulado de 12 meses encerrado em agosto, de 8,3%.
Na contramão daquilo que o FED entende como um resultado de convergência para baixo da inflação. Os dados dos FEDs regionais também mostram que a inflação segue muito preocupante, sem mostrar sinais de que o pior ficou para trás.
Apesar dos comentários de que os EUA entraram em recessão técnica, por conta de dois trimestres consecutivos de queda do Produto Interno Bruto (PIB), o mercado de trabalho segue mostrando força. O número de pedidos de auxílio desemprego apresentaram mínimas dos últimos cinco anos.
Os dados de atividade no varejo combinado ao índice de inflação ainda preocupante e o mercado de trabalho cada vez mais apertado, traz uma possibilidade maior de aumento da taxa de juros em 0,75 ponto percentual.
A fala de destaque desta semana vai para o presidente Joe Biden. Em seu discurso, disse que forças militares norte-americanas defenderiam Taiwan caso houvesse invasão da China ao país. Biden fez declarações semelhantes em pelo menos quatro outras ocasiões como presidente. A China reivindica Taiwan como seu território, embora o Partido Comunista nunca o tenha controlado, e não descartou “tomar as medidas necessárias” para impedir sua independência formal.
Ao longo da semana, vale acompanhar:
(Terça-feira)
-Discurso da presidente do European Central Bank (ECB), Christine Lagarde.
(Quarta-feira)
-Vendas de casas existentes nos EUA com expectativa de 4,69 M de 4,81% anterior
-Decisão de taxa de juros nos EUA
(Sexta-feira)
-PMI – índice que mensura as condições de negócios do setor industrial – dos países da zona do euro, com PMI Indústria Alemanha com 48,3 previsto de 49,1 anterior
-PMI Serviços m/m com 47,2 previsto de 47,2 anterior
-Fala do Jay Powell às 15 horas.
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