Nov 2022
17
Tiago Pessotti
MERCADO DIÁRIO

porTiago Pessotti

Nov 2022
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Tiago Pessotti
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porTiago Pessotti

PEC da Transição permite gasto extra de R$ 200 bi em 2023

A minuta da PEC da Transição retira as despesas do Auxílio Brasil (que vai voltar a se chamar Bolsa Família) do Teto de Gastos de forma definitiva, liberando R$ 175 bilhões. A PEC vai começar a tramitar no Senado.

Durante uma reunião em São Paulo, o economista-chefe do BTG Pactual, Mansueto Almeida, deixou clara sua preocupação com esse cenário. Veja a análise de Mansueto:

“Se começarmos um novo governo com um déficit primário do setor público de R$ 200 bilhões (2% do PIB), será muito difícil em 4 anos conseguir terminar o governo com superávit primário de 2% do PIB necessário para estabilizar dívida como % do PIB.

No entanto, isso pode mudar se houver aumento de carga tributária, o que não é bom. Mas se a decisão for retirar do teto do gasto toda a despesa com o Bolsa Família/Auxílio Brasil e aumentar despesa no próximo ano em R$ 175 bilhões por 4 anos, sem definir a fonte de recursos (financiamento) do programa, a dívida pública passará a crescer em um ritmo muito forte.

Com a dívida pública crescendo em ritmo forte, aumenta a taxa de juros e pode levar a uma revisão da nota de risco pelas agências de classificação de risco. Isso não seria nada bom.

A decisão de arrecadação e despesa são decisões políticas. Mas, se quisermos gastar mais, teremos que debater como pagar a conta, apesar da carga tributária já ser elevada no Brasil de 34% do PIB.

O problema não é R$ 600 do Auxílio Brasil/Bolsa Família que todos entendem como necessário. Mas isso seria R$ 50 bilhões a mais fora do teto e não R$ 175 bilhões.

Se retirarmos todo o Auxílio Brasil/Bolsa Família do teto de gastos pelos próximos 4 anos, a dívida pública, em 2023, crescerá entre 3 a 4 vezes o que cresceu nos últimos 4 anos. Isso vai assustar muitos investidores e não vai ajudar na redução da pobreza.” 

Como ficam os investimentos?

Em momentos de maior incerteza econômica, política ou até mesmo em relação à conjuntura mundial tem como consequência uma volatilidade para investimentos no mercado financeiro.

Após a conclusão do processo eleitoral no Brasil, com uma política econômica muito incerta é necessário alocar bem os recursos.

Investimentos em Real Estate devem continuar promovendo aos investidores uma fonte consistente de proteção patrimonial e as alocações em renda fixa CDI e IPCA continuam sendo boas opções. É hora de ficar de olho nos investimentos alternativos, tanto no mercado imobiliário, como de empresas que estão fora da bolsa.

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As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

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