Jan 2023
30
Tiago Pessotti
MERCADO DIÁRIO

porTiago Pessotti

Jan 2023
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Tiago Pessotti
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porTiago Pessotti

Americanas deve seguir com volatilidade

Após a varejista Americanas divulgar comunicado ao mercado sobre as inconsistências em seus balanços financeiros da ordem de R$ 20 bilhões. A tendência é de intensa volatilidade nos próximos meses.

Os credores da Americanas querem que Carlos Alberto Sicupira, Marcel Telles e Jorge Paulo Lemann injetem pelo menos R$ 10 bilhões na companhia como parte de um plano para resgatar a empresa. A decisão da Americanas de tentar ganhar tempo na Justiça pegou os bancos de surpresa e aumentou o clima de desconfiança.

Rial sinalizou que os acionistas de referência estariam dispostos a colocar R$ 6 bilhões na companhia, mas não fez promessas. Os bancos responderam que não era possível começar uma conversa com um número abaixo de R$ 10 bilhões.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no último dia 10 de janeiro, veio com surpresa altista negativa bem relevante, ligado a devolução de descontos da Black Friday. O IPCA subiu 0,62% em dezembro e fechou o ano em alta de 5,79%. No mês de dezembro de 2022, o índice acelerou para 0,62%, acima da alta de 0,41% em novembro.

O núcleo foi impactado, mas pode ser algo mais pontual e que pode ter uma desinflação que deve seguir o curso. Isso significa que está longe de ser um cenário de uma melhora inflacionária, pois a inflação acumulada do ano está em torno de 5,7%, acima da meta definida pelo governo.

Todos os dados de atividade econômica que saíram (comércio, serviços, indústrias e IBC-BR) vieram abaixo do esperado. Como os dados eram relativos a novembro, a expectativa de melhora mostrou que a política monetária está sobressaindo ao mercado de trabalho ainda forte, assim como os estímulos fiscais. A tendência para frente é de continuidade do arrefecimento.

O Índice Geral de Preços (IPG-10) também ganhou destaque na agenda desta semana. O índice subiu 0,05% em janeiro, após o registro de inflação de 0,36% em dezembro, informou a Fundação Getúlio Vargas. Vale destacar que a variação ficou abaixo do consenso Refinitiv, que apontava para inflação de 0,30% no mês de janeiro. Com isso, em 12 meses a alta é de 4,27%.

Inflação nos EUA fecha 2022 em 6,5%

No cenário internacional, a divulgação da inflação ao consumidor (CPI) nos Estados Unidos, na última semana, foi o grande destaque. Em dezembro, a inflação caiu 0,1%, número em linha com a mediana do mercado e suficiente para o mercado melhorar, pois dá continuidade a tendência de desaceleração nos preços. No acumulado do ano, a inflação americana fechou 2022 em 6,5%.

Existe uma melhora inegável no número durante as últimas três leituras, com destaque para a parte de bens que continua cedendo e os preços de alimentação fora do domicílio. O conselho do FED enfatiza que ao retirar alimentos e commodities, focando mais na parte de serviços, reduzindo bem de 5% para perto de 3% anualizado, deixa o FED aberto para reduzir o ritmo de altas.

A grande questão é a rapidez que a inflação nos EUA vai reduzir pela metade, pois o setor de serviços ainda segue pressionado. O mercado de trabalho continua sem mostrar sinais de desaquecimento mais uma semana pelo indicador de seguro desemprego, assim como pela parte de bens que começa a dar sinais de fundo. Por exemplo, os preços dos carros que pararam de ceder e o enfraquecimento do dólar, que levam a um aumento nos preços dos bens importados.

 

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As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

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