O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou que o governo brasileiro irá antecipar para este ano parte da reoneração do diesel que estava originalmente previsto para ocorrer em janeiro. Segundo ele, os recursos obtidos com essa medida serão destinados ao financiamento de um novo programa de estímulo à compra de veículos. Além disso, foi divulgado um plano de desconto para “carros populares”, no qual será aplicado diretamente no preço final do veículo adquirido pelo consumidor, variando entre R$ 2 mil e R$ 8 mil.
O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil no primeiro trimestre surpreendeu positivamente, apresentando um crescimento além das expectativas iniciais. O crescimento foi de 1,9% no primeiro trimestre de 2023, na comparação com o quarto trimestre de 2022, totalizando R$ 2,6 trilhões no período. No entanto, o qualitativo desse crescimento é considerado pior, uma vez que foi impulsionado principalmente pelo desempenho do setor agropecuário. A alta foi de 21,6%, sendo a maior desde o quarto trimestre de 1996.
Esse resultado é explicado pela base de comparação baixa do último ano, o que levanta preocupações sobre a consistência do crescimento econômico.
Por outro lado, tanto o consumo quanto o investimento têm demonstrado sinais de enfraquecimento, sugerindo uma perspectiva desafiadora para os próximos períodos. Os dados da indústria também corroboram essa tendência, com recuo especialmente no setor de bens de capital, indicando um cenário mais desafiador para investimentos futuros.
Além disso, os indicadores de crédito evidenciam que a inadimplência continua em alta, pois as concessões estão em queda e o endividamento das famílias segue elevado, agravando ainda mais o panorama econômico.
Apesar dos desafios enfrentados pela economia, o mercado de trabalho tem se mantido sólido e resiliente. Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) continuam indicando aumento da população ocupada, com a taxa de desemprego em níveis baixos no ciclo recente.
Além disso, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) registra um mercado de trabalho ainda aquecido, considerando outros indicadores de atividade econômica em geral. No entanto, mesmo diante desses dados positivos, há um viés de cautela em relação ao futuro.
No cenário internacional, o Federal Reserve (FED) está em observação, enquanto as commodities, principalmente em relação ao real, apresentam queda. O dólar voltou a ficar abaixo de R$ 5 e o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi positivo. A certeza é que o IPCA do mês de maio encerre em 0,30% ao mês, podendo continuar surpreendendo para baixo.
Esses fatores criam um ambiente favorável para possíveis cortes na taxa de juros pelo Banco Central no início do segundo semestre, o que poderia sustentar a alta da bolsa de valores e manter os juros futuros nos níveis atuais.
O otimismo nos ativos é evidenciado pelo fechamento dos juros futuros, com a parte longa registrando quase 100 pontos-base no mês passado e mais 20 pontos-base nesta semana.
A Arábia Saudita, país produtor dominante da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), anunciou cortes unilaterais na produção de petróleo em 1 milhão de barris por dia (bpd).
Essa medida tem como objetivo evitar quedas mais acentuadas nos preços internacionais do combustível fóssil. Cortes anteriores realizados pelos membros da OPEP+ não foram suficientes para justificar os preços para cima.
A decisão da Arábia Saudita foi tomada após negociação com outros países membros do grupo em Viena, na Áustria, no último domingo.
Além das preocupações com a demanda por petróleo, os produtores enfrentam discussões relacionadas ao enfraquecimento econômico dos Estados Unidos e da Europa, enquanto a recuperação da China tem sido menos robusta do que o esperado.
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