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MERCADO DIÁRIO

por Tiago Pessotti

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Olhando para fora: como fugir do risco do Brasil

Em um contexto nacional conturbado, com riscos políticos, fiscais, e ainda tendo em vista a proximidade com as eleições, é essencial alocar em ativos que deem uma boa proteção ao seu portfólio.

Em cenários de instabilidade isso pode separar o joio do trigo, inclusive no que se refere à rentabilidade. Por isso, você precisa diversificar sua carteira, e os ativos globais, dos quais falaremos hoje, são uma boa forma de fazer isso.

Racional do BRD

Para proteger o seu patrimônio do risco de um país e descorrelacionar o desempenho da sua carteira ao desempenho deste, você pode comprar ouro, alocar em moedas estrangeiras diretamente ou investir em empresas no exterior. Nesse sentido, uma forma interessante para o momento é a alocação em BDRs, que lhe permitem se expor ao mercado global sem dar muito trabalho para abrir conta em corretoras lá fora. Basta você entrar em seu home broker e buscar o ticker do BDR, da mesma forma como você busca as ações nacionais. Do inglês, BDR (Brazilian Depositary Receipts) significa Recibos Depositários Brasileiros, que consistem em certificados emitidos por instituições e que representam ações emitidas por empresas em outros países, mas que são negociadas no Brasil. Ou seja, há um lastro em ativos emitidos fora do Brasil, embora o recibo esteja sob a “guarda” de uma instituição nacional.

Quais BDRs fazem sentido no momento?

Apesar do mercado americano estar batendo máximas sucessivas e do risco de tapering que pode afetar o desempenho dos ativos de renda variável no país, esse desempenho está mais concentrado nas ações de tecnologia e negócios ligados ao meio digital de forma geral. Enquanto isso, ações mais conservadoras e de setores mais tradicionais, como o financeiro, não subiram tanto e ainda podem apresentar janelas de oportunidade. O S&P e a Nasdaq, que mais subiram, têm justamente muitas empresas de tecnologia, enquanto o Dow Jones, que escalou menos, possui mais empresas da economia tradicional. Há riscos em dolarizar a carteira neste momento? Muitos têm “medo” de entrar no mercado americano com o dólar alto, visto que, se ele cair, as ações americanas também caem em reais, se isolarmos o restante das variáveis. Sobre isso, a primeira coisa a ser mencionada é que devemos ter uma janela mais próxima de R$ 5 para entrar nestes ativos, o que seria um bom momento para entrar. Além disso, a questão não é tão simples, pois em todos os momentos é importante ter uma proteção (hedge). Assim, se o mercado cair ainda mais, as ações atreladas ao dólar podem subir juntamente com o preço da moeda, tendo em vista que, na maioria das vezes, o dólar sobe quando a bolsa por aqui cai. Por fim, apesar de o mercado estar em um patamar muito elevado ou não, sempre há oportunidades de bons ativos para serem selecionados, ainda mais ao levar em conta uma mentalidade de longo prazo.