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MERCADO DIÁRIO

por Tiago Pessotti

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Como as eleições vão influenciar a bolsa?

O mercado financeiro sempre busca precificar movimentos que podem afetar a lucratividade das empresas. Não seria diferente com as eleições presidenciais e do Congresso Nacional. A cada quatro anos, o discurso, o plano de governo e a capacidade de execução dos candidatos favoritos podem influenciar de forma positiva ou negativa no mercado acionário.

Nesse sentido, como foram as últimas eleições presidenciais?

As eleições passadas

Todos os anos eleitorais são marcados pela volatilidade. Assim, em 2002, o mercado de ações chegou a cair quase 40%, fechando o ano com 17,01% de queda. Apesar de expressiva, ela foi menos da metade da perda máxima do ano, com muitos investidores pessimistas com o plano de governo de Lula (PT) em caso de vitória. Já em 2006, houve uma alta de 32,93%, enquanto no pior momento do ano, o saldo foi negativo em (1,82%). Aquelas eleições, entre Lula (PT) e Geraldo Alckmin (PSDB) foram as mais tranquilas para o mercado de ações desde a redemocratização. Já em 2010, embora a bolsa tenha fechado o ano com 1,04% de alta, praticamente estável, houve uma queda de até 15,16% em determinado período do ano. De forma similar, em 2014 o ano fechou com queda de 2,91%, mas houve intensa volatilidade, com auge chegando a 20,17% de ganhos, e no pior momento sendo de 12,70% de queda. Já em 2018, apesar de uma perda que alcançou 8,62%, o ano registrou ganho de 15,03%. De uma forma consolidada, nos anos de eleições presidenciais, entre abril e junho a bolsa tende a cair, enquanto entre setembro e dezembro, há viés de alta. Isso também se reflete no câmbio, com uma forte variação ao longo dos 90 dias mais agudos e que definem a eleição, vide o gráfico ao lado.

O calendário deste ano

Apesar de já haver, cada vez com maior intensidade, movimentos dos principais atores políticos do país pensando nas eleições, elas devem ganhar maior destaque no segundo e no terceiro trimestre. Afinal, em abril haverá as filiações partidárias, um dos períodos mais agitados da política, pois políticos podem trocar de agremiação sem perderem seus mandatos. Já em junho haverá as convenções partidárias, em que há a definição dos candidatos e quais partidos comporão cada chapa. Já entre julho e agosto, haverá a formalização das inscrições, com a campanha se iniciando efetivamente na segunda semana de agosto. Em setembro e outubro, teremos as campanhas mais intensas e a eleição efetiva. Dessa forma, neste início de ano, o mercado ainda deve estar mais preocupado com a evolução da ômicron e eventuais novas variantes, a evolução da atividade econômica e a política monetária dos Estados Unidos. Ou seja, as alocações de recursos e investimentos ainda serão pouco influenciadas pelas eleições.