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MERCADO DIÁRIO

por Tiago Pessotti

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Inflação preocupa o mercado no mundo

Ainda afetado com as expectativas de juros, o mundo se voltou essa semana a um dos componentes fundamentais para definir a velocidade e o limite dessa taxa: a inflação. Na Europa a alta da inflação é uma demonstração que a guerra começa a impactar de maneira mais severa e frear a economia na zona do Euro e o Reino Unido. O Brasil apresentou ótimos resultados nos serviços, crescendo acima das previsões, mas teve também IPCA acima do esperado. A China volta a reabrir a economia no fim do lockdown e anima o mercado. Essas e outras na coluna de hoje. Confira:

Indicadores dos aumentos de preços nas economias movimentaram o mercado mundial essa semana e devem afastar a desaceleração dos juros

Os EUA apresentaram essa semana os dados de sua inflação. O índice de preços ao consumidor nos Estados Unidos (CPI, pela sigla inglês) subiu 0,3% em abril na comparação com março, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (11), apresentando uma leve desaceleração, porém, sem os produtos mais voláteis, que apresentaram alta. O que demonstra que a pressão de preços está se espalhando na economia. E o que também confirma essa pressão é o índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos que avançou 0,6% em abril ante março, segundo dados divulgados pelo Departamento do Trabalho, com ajustes sazonais, nesta quinta-feira (13). Na Europa, a inflação também veio forte, o que demonstra que a guerra começa a influenciar de maneira ainda mais acentuada no velho continente. Um exemplo claro é a taxa anual de inflação ao consumidor (CPI, pela sigla em inglês) da Alemanha que acelerou para 7,4% em abril, ante 7,3% em março, atingindo o maior nível desde 1981. Na China a inflação continua em patamar mais baixo perante a economia global, apesar de registrar maior número nos últimos 6 meses em abril, que foi de 2,1% em ritmo anual, segundo as informações do Escritório Nacional de Estatísticas. A grande notícia do país asiático que animou o mercado essa semana é o final do lockdown, o que ocasionará a reabertura do mercado. O Brasil apresentou bons resultados no início do mês com o excelente crescimento no setor de serviços do país, que iniciou o segundo trimestre com a maior taxa de crescimento em 15 anos, graças ao aumento da demanda diante da redução das restrições para conter a pandemia.  A notícia negativa ficou por conta do IPCA que apresentou inflação de 1,02% em abril,  atingindo 12,3% no acumulado dos últimos 12 meses.

Bolsas e moedas pelo mundo tiveram relevantes movimentos com os fatores na semana. Guerra continua sendo problema pro euro

As consequências da guerra continuam atingindo toda a Europa. O euro está sendo cotado a US $1.04, fechando a semana em queda de 1,20%. Alguns especialistas do mercado já passam a especular que a moeda europeia deve chegar a paridade com o dólar, de € 1 para US$ 1. As bolsas internacionais, também por conta desse fator e por conta da resiliência quanto à inflação, que devem levar a uma queda de atividade econômica, fizeram com que o SMP fechasse a semana com queda de 2,30%. No mercado brasileiro, a boa notícia foi do potencial final do lockdown na China, que não causará transtornos a cadeia de suprimentos nacional. Isso fez com que a bolsa local fechasse com uma alta de 1,93%. Com relação ao dólar, o Brasil não sofreu com a atuação do Banco Central essa semana. E mesmo com a saída de R$ 5 bilhões de capital estrangeiro da bolsa brasileira, o fluxo ainda se mantém resiliente, para o cenário do país. Na próxima semana deveremos ficar atento a alguns dados. Serão divulgados o PIB da zona do euro, as vendas a varejo, produção industrial e manufaturados dos EUA e o PIB do Japão.