instagram facebook twitter youtube whatsapp email linkedin Abrir

MERCADO DIÁRIO

por Tiago Pessotti

COLUNA-MERCADO-DIARIO.jpg

Preço do barril de petróleo bruto passa dos US$ 120

Pela primeira vez, em mais de dois meses, os preços do barril do petróleo bruto (brent) subiram acima de 120 dólares, nesta segunda-feira (30). Entre os motivos, estão a retomada de atividades na China. O final de semana em Pequim e Xangai foi marcado por reaberturas de estabelecimentos de diversos segmentos, após as duas cidades terem passado por medidas de isolamento social nas últimas semanas.

Apesar da retomada de atividades, China e outros países registram desaceleração econômica

A China é uma dos maiores consumidores de petróleo do mundo. Somente em 2021, consumiu mais de 340 milhões de toneladas de refinados. A retomada das atividades no país asiático faz aumentar a demanda - o que leva ao aumento do preço do commodity. Da mesma forma, um possível embargo da União Europeia ao petróleo russo pode pressionar um mercado que já enfrenta problemas de oferta. Entretanto, analistas dos principais bancos de investimentos do mundo estão alterando para baixo as projecções para o cresimento da China. A expectativa é de um salto de 3%, contra a meta de 5,5% por ano. A desaceleração já é notada também na maior potência mundial. Dados da última semana apontam retração no ramo de construção civil, segmento considerado termômetro da economia dos Estados Unidos. Essa desaceleração se dá por conta da política de elevação de juros, que provoca queda na bolsa e impacta os investimentos de centenas de milhares de norte-americanos que escolhem o mercado financeiro para multiplicar seus recursos. Faz também os créditos imobiliários ficarem mais caros e a as vendas de imóveis caírem. Na primeira semana de maio, houve aumento considerável nos pedidos de auxílio desemprego no país. Diante desse cenário, Raphael Bostic, um dos dirigentes do banco central norte-americano, defendeu uma possível interrupção na política de elevação de juros, o que proporcionaria alívio no curto prazo. A partir desta segunda, serão divulgados índices determinantes para o mercado, como: abertura de vagas de emprego no setor privado norte-americano e taxa de desemprego, além dos índices de preços ao consumidor da China e da zona do Euro.

No Brasil, inflação segue em alta

Com o retorno da bandeira verde de consumo de energia elétrica, a expectativa era de redução no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA). Mas o aumento nos preços dos combustíveis e dos alimentos, em decorrência da guerra da Rússia contra a Ucrância, puxaram para cima a inflação no Brasil. O IPCA 15 - estimativa com base nos primeiros 15 dias do mês - apontou aumento de 0,59% na inflação em maio, enquanto era esperada alta de 0,45%. Em junho, a taxa básica de juros (Selic) deve passar de 12,75% para 13,25%. Diante da movimentação em torno do projeto de lei que determina um teto de 17% para o recolhimento do ICMS, o mercado começa a revisar a Selic para baixo - para até 8,20%. O cenário, porém, é de incertezas quanto à reunião do Conselho de Política Monetária do Banco Central a ser realizada em agosto. Esta semana, será divulgado o resultado do Produto Interno Bruto brasileiro, referente ao segundo trimestre de 2022. Analistas esperam aumento de 1,8%; no primeiro trimestre do ano, o salto foi de 1,6%. O maior crescimento se deve às exportações, por exemplo, de soja, petróleo e minério de ferro. Esses produtos que tiveram aumento de preços, embora o volume enviado ao exterior não tenha sofrido alterações consideráveis.