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MERCADO DIÁRIO

por Tiago Pessotti

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Bancos centrais do Brasil e dos Estados Unidos definem taxa de juros em Super Quarta

O Comitê de Política Monetária do Banco Central decide, nesta quarta-feira (15), sobre a taxa básica de juros (Selic). Na mesma data, o Comitê de Mercado Aberto do Federal Reserve, o banco central americano, também realiza o ajuste.  As duas definições devem mexer com o mercado. Não por acaso essa coincidência é chamada entre investidores de Super Quarta.

Expectativa é de elevação de juros nos dois países

Nos Estados Unidos, a expectativa é de elevação de 0,5% na taxa de juros, de 12,75 para 13,25%. Medida que deverá ser adotada diante de um novo aumento no índice de inflação ao consumidor (CPI), registrado na última sexta-feira. A medição apontou salto de 1% em maio, na comparação com o mês de abril - maior do que o esperado pelo mercado, de 0,8%. Em relação a abril de 2021, a alta foi de 8,6% - o pior resultado em 12 meses desde dezembro de 1981. Já o núcleo de inflação, que exclui alimentos e energia por causa dos preços mais voláteis, subiu 0,6% na comparação mensal e 6% na comparação anual. Os números levaram à queda nas bolsas de todo o mundo nas primeiras horas dessa segunda-feira (13). No Brasil, também é esperada elevação de 0,5% na taxa Selic, apesar da redução de 0,59 ponto percentual no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA), em maio. O resultado ficou abaixo dos 1,06% de abril, ainda assim projeções do mercado atualizam o IPCA para 5,5% no acumulado do ano – acima da meta de 4,75%. O índice deve encerrar o ano perto dos 8%. A tentativa do governo federal de conter a inflação por meio da redução da cobrança de ICMS passa a ser vista com desconfiança por investidores,. Mesmo que a medida colabore para queda do IPCA até o final deste ano, o mercado teme nova elevação em 2023. Dessa forma, já começa a rever os preços dos ativos diante de um risco fiscal.

Zona do Euro e China

Também nesta semana, haverá decisão sobre a taxa de juros na Zona do Euro. Recentemente, a presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, sinalizou que haverá aumento. A medida também seria uma tentativa de conter a inflação no bloco, que está em torno de 8% - bem acima da meta de 2%. Mas pode impactar de diferentes formas os países integrantes. Na China, o desafio é uma nova onda de Covid 19. Após o fim dos lockdowns no último dia 1º, moradores de Pequim voltam ao confinamento; em Xangai, importante polo financeiro do país, a população passou por testagem em massa. A expectativa é de desaceleração econômica, apesar da leve recuperação da atividade industrial e do setor de serviços em maio.