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MERCADO DIÁRIO

por Tiago Pessotti

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Goldman Sachs revisa para baixo a previsão de crescimento do PIB da China

O Goldman Sachs, um dos maiores bancos de investimentos do mundo, reduziu a previsão de crescimento do PIB da China em 2022. Nos Estados Unidos, a economia continua avançando e puxando para cima a inflação. A expectativa é de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) aumente ainda mais a taxa de juros na próxima reunião do Comitê de Mercado Aberto.

China e Estados Unidos

Apesar dos bons resultados da indústria e dos serviços registrados em junho, o PIB da China cresceu apenas 0,4% no segundo semestre de 2022. O baixo desempenho pode ser explicado pelas medidas de combate à covid 19. Nesse período, importantes cidades do país asiático permaneceram em lockdown, incluindo Xangai. O resultado levou analistas do mercado a revisarem para baixo as previsões. O Goldman Sachs, um dos maiores bancos de investimentos do mundo, agora prevê um crescimento de apenas 3,3% no PIB da China em 2022. Bem abaixo da meta estabelecida pelo governo para o ano, de 5,5% de crescimento. Esse cenário vem deixando os compradores de imóveis preocupados por lá. Eles temem que os empreendimentos não sejam concluídos, por isso muitos vêm deixando de pagar as parcelas dos financiamentos. Vale destacar que o mercado imobiliário responde por uma relevante parcela da economia chinesa. Nos Estados Unidos, a preferência tem sido pelo aluguel, embora os preços dos imóveis estejam caindo. O motivo seria a expectativa de uma retração na economia e a esperada redução na taxa de juros. Está prevista, porém, uma nova elevação na taxa de juros americana, maior do que a esperada. A próxima reunião do Comitê de Mercado Aberto do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) está marcada para o próximo dia 27. A expectativa era de aumento de 0,75%, mas deverá ser ainda maior: 1%. A medida se torna necessária porque a inflação continua subindo. Entre maio e junho, houve aumento de dois pontos percentuais no índice ao consumidor (1,3%). Nesta semana, vale acompanhar a divulgação dos dados da indústria da construção civil nos Estados Unidos. Em maio, foram lançadas 1,55 milhão de residências; a expectativa para junho é de 1,69 milhão de novas casas. As previsões indicam que a economia americana continua em expansão.

Zona do Euro e Brasil

O índice de confiança do consumidor da Zona do Euro apresentou resultado muito fraco. A crise energética causada pela guerra da Rússia na Ucrânia vem impactando nas decisões de investimentos de empresas e do próprio consumidor. A taxa também sofre o impacto de crises políticas, como a renúncia do primeiro-ministro da Itália, Mario Draghi. Nesta terça-feira (18), será divulgado o índice de inflação ao consumidor da Zona do Euro. Os números devem se manter nos mesmos patamares. Na quinta (21),o banco central da região vai decidir sobre a taxa de juros: é esperada elevação de 0,25%. Na sexta-feira (22), saem os resultados dos índices dos gerentes de compras da indústria e dos serviços. No Brasil, os resultados do varejo apontam que a atividade teve desempenho mais fraco, neutralizando os bons resultados do setor de serviços. Não deveria haver mudanças nas projeções, mas a expectativa é de que o Brasil deve crescer mais que o esperado. O problema é que o crescimento puxa para cima a inflação. A aprovação de aumentos nos valores de benefícios e criação de outros vai contra a política monetária do Banco Central, porque estimula o consumo e, por consequência, eleva a inflação. A taxa Selic pode passar dos 14% até o final de 2022. A redução de ICMS reduz a inflação a curto prazo, mas deve haver efeito rebote em 2023.