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MERCADO DIÁRIO

por Tiago Pessotti

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Bolsonaro questiona, mas Lula não responde a pergunta que não quer calar: quem será seu ministro da Economia?

Faltando apenas 12 dias para o segundo turno da eleição presidencial, o resultado da eleição presidencial ainda apresenta um cenário indefinido. O mercado financeiro ainda não tem garantias positivas sobre a política econômica do Lula, já que ainda está indefinido o time para comandar o Ministério da Economia, caso o petista vença no próximo dia 30 de outubro. Durante o debate da Bandeirantes, no último domingo, o presidente Jair Bolsonaro até perguntou a Lula quem vai ser o seu ministro da Economia, mas o ex-presidente não respondeu.

Bolsonaro confirma Guedes em um segundo mandato

Enquanto Lula ainda não fala abertamente quem deve compor a sua equipe de alto escalão. Jair Bolsonaro apresenta uma segurança maior de continuidade do que fez nos últimos quatro anos, ao confirmar que, a depender dele, o atual ministro da Economia, Paulo Guedes, deve continuar no cargo em um eventual segundo mandato. Dados de institutos de pesquisa respeitados que menos erraram no primeiro turno - como a Futura e o Veritá - revelam que existe uma diferença muito pequena ou até mesmo um empate técnico entre os candidatos Bolsonaro e Lula. Em sua última pesquisa, a Futura mostrou o candidato Lula com (46,9) e o Bolsonaro com (46,5) e a tendência de crescimento do atual presidente. Os dados obtidos com base na população entrevistada deixam claro que existem maiores chances dos votos do Lula irem para o presidente Jair Bolsonaro (38,2) do que ao contrário (26,9). Uma das explicações para esta informação é o fato da incerteza econômica que Lula apresenta para o mercado e para a população. O Instituto Veritá, que teve 90% de acerto no primeiro turno, divulgou uma pesquisa no último dia 16 de outubro, a primeira virada de Bolsonaro com perto de 2% de diferença, o presidente seria reeleito com 51,2% dos votos válidos contra 48,8% do ex-presidente. O debate realizado pela Bandeirantes foi possível constatar que o Bolsonaro se apropriou do discurso de anticorrupção, juntamente com o fortalecimento dessa pauta frente ao Congresso Nacional e com a reaproximação e apoio do Sergio Moro que estava como um dos principais auxiliares do presidente no debate. Além disso, Lula estava mais nervoso perdendo tempo substancial e atacando Bolsonaro com falas tiradas de contexto sobre a pandemia da Covid-19, que foram bem respondidas por Bolsonaro de forma calma e contundente. Vale ficar atento para o resultado de pelo menos seis pesquisas de intenção de votos para a Presidência da República que devem ser divulgadas ao longo desta semana. A pesquisa do Ipec divulgada, nessa segunda-feira (17), aponta o Lula à frente (54%) dos votos válidos e o Bolsonaro (46%). A pesquisa da Ipespe deve sair nesta terça-feira, Datafolha e PoderData na quarta-feira, e Brasmarket e Instituto Paraná na quinta-feira. Confira os destaques do cenário nacional: O Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) apresentou queda de preços de 0,29% em setembro deste ano. Apesar da deflação do mês anterior ter sido um pouco menor do que o esperado pelo mercado financeiro, que estimava uma queda de 0,32%, o IPCA veio com uma composição boa, mostrando que os preços estão recuando e voltando para uma normalidade. Os núcleos vieram mais tranquilos, com difusão atingindo 60% do patamar que não era atingido a muito tempo. A alimentação fora começou a reduzir e os bens duráveis como carros usados também estão mais baixos. Vale relembrar que agora a deflação fica para trás e a partir de outubro volta a rodar positiva. É bom ficar atento aos riscos, principalmente no preço do petróleo, com defasagem de gasolina e diesel acima de 10%, o que deve demandar reajuste em breve. Os dados do setor de serviços divulgados pela Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) vieram acima do esperado, com crescimento de 0,7% em agosto. Com isso, o setor de serviços opera 10,1% acima do nível pré-pandemia, registrado em fevereiro de 2020. O setor de serviços está mostrando a sua força e deve continuar contribuindo para o crescimento econômico do país, após as limitações e restrições que foram impostas ao comércio no período da pandemia. O Banco Central divulgou, nessa segunda-feira (17), que o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), considerado o indicador prévio de desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro caiu 1,13% em agosto na comparação com julho. O dado veio mais forte do que o esperado, que era de 0,5%.

Inflação ao consumidor nos EUA sobe 8,2% em setembro no acumulado de 12 meses

A inflação ao consumidor nos Estados Unidos veio acima do esperado. Uma alta de 8,2% no acumulado em 12 meses. Tanto a medição mensal como a anual vieram acima da expectativa do mercado. O consenso Refinitiv apontava para alta de 0,2% ante agosto e de 8,1% em 12 meses. O que joga pressão para que o Banco Central Americano (FED) coloque o patamar de juros terminal mais acima, pois lembrando que o último número do mercado de trabalho veio bastante forte não benigno à inflação. James Bullard, presidente do Fed de Saint Louis, deixou aberta a possibilidade do FED elevar o juro em 0,75 pontos percentuais não só em novembro, como já está precificado, mas também em dezembro. Enquanto isso, a China tem apresentado sinalizações pelo encontro do partido comunista trazendo um novo direcionamento, de menos foco em crescimento no país e foco mais forte em segurança nacional. O discurso contra a pandemia da Covid-19 voltou a se fortalecer, dando a entender que eles seguirão com as medidas de fechamento de restrições para impedir que a doença volte a aparecer, trazendo mais implicações em relação ao crescimento (negativo) e inflação (positivo). A última sexta-feira (14), apresentou um cenário mais positivo na Inglaterra com a demissão do ministro da Finanças, Kwasi Kwarteng, pela primeira-ministra Liz Truss.  A decisão ocorreu após o ministro arquitetar o plano fiscal que derrubou os mercados financeiros em Londres, o valor da libra e os títulos de governo. O plano de Kwarteng não agradou o mercado porque estava incluso a redução de impostos de grandes empresas e o aumento dos empréstimos. O início de um processo de avaliação do novo plano vai ser colocado, mas o mercado ainda está de olho porque existe incerteza sobre o plano fiscal. Também foi encerrado o período no qual o Banco Central Inglês (BOE) estava oferecendo liquidez para diversas instituições financeiras, como os fundos de pensão. Confira os destaques desta semana: (Segunda-feira) -Empire State Manufacturing Index com -4,3 previsto de -1,5 anterior -GDP q/y CHINA com +3,4%previsto de +0,4% anterior (Terça-feira) -CPI y/y GBP 10% previsto de 9,9% anterior -CPI CAD m/m 0,0% previsto de -0,3% anterior (Quinta-feira) -Philly FED Manufactoring com -5,0 previstos de 9,9 anterior.  

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