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MERCADO DIÁRIO

por Tiago Pessotti

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Rishi Sunak é o novo primeiro-ministro do Reino Unido

Rishi Sunak foi escolhido para ser o novo primeiro-ministro do Reino Unido. A informação da substituição de Liz Truss, que ficou no cargo por 44 dias e renunciou na semana passada, foi confirmada nesta segunda-feira (24). Sunak foi o único candidato a conseguir apoio suficiente para permanecer na disputa, após Boris Johnson anunciar ter desistido no último domingo (23).

PIB da China e inflação nos Estados Unidos

O Reino Unido está enfrentando um período complicado com a crise econômica desde quando a ex-ministra Liz Truss anunciou um plano fiscal que derrubou os mercados financeiros em Londres, o valor da libra e os títulos de governo. O pacote levou à demissão do ministro das Finanças, Kwasi Kwarteng, e à renúncia de Truss. O plano de Kwarteng não agradou o mercado porque estava incluso a redução de impostos de grandes empresas e o aumento dos empréstimos. A chegada de Sunak muda completamente a forma como o mercado avalia a nova política fiscal nos próximos dias. A rapidez no qual o assunto foi resolvido traz mais calma para os mercados. O índice de confiança do consumidor da Zona do Euro teve uma alta de 1,2 ponto porcentual em outubro, se recuperando um pouco da mínima histórica de -28,8 pontos atingida em setembro. Nos Estados Unidos, as declarações de autoridades do Federal Reserve (FED) ao longo da semana apresentaram grande divergência quanto à política monetária. Uma parte está mais "hawkish" (favorável a mais aperto monetário) enquanto outras mais “dovish” (conduta de reduzir a taxa de juros ou mantê-la em um patamar baixo). O presidente do banco central americano de Minneapolis, Neel Kashkari, disse que dificilmente a inflação vai convergir para mais perto da meta de 2% mesmo em 2024. Autoridades do Fed estão falando em outro aumento da taxa de juros de 0,75 ponto percentual em sua reunião de novembro. É bem possível que sinalizem planos para aprovar um aumento menor em dezembro. A presidente regional do Fed de San Francisco, Mary Daly, declarou que está chegando o momento que deve desacelerar os aumentos de juros. Ela faz a projeção que até 2023, os juros devem atingir o intervalo entre 4,5% e 5%. Os dados semanais sobre mercado de trabalho ainda estão muito fortes e ainda surgem espaços para que FED continue elevando os juros para conter a inflação. Enquanto isso na China, Xi Jinping está em seu terceiro mandato como secretário-geral do Partido Comunista Chinês. A agenda ficou marcada pelo resultado do Produto Interno Bruto (PIB) da China, que cresceu 3,9% no terceiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano anterior. O resultado foi melhor do que o esperado pelo mercado, que precificou 3,3%. Agora, quando se olha para os componentes, o varejo veio mais fraco, enquanto que a produção industrial mais forte, com crescimento de 6,3% em setembro.

O que esperar das eleições no Brasil?

Faltando apenas cinco dias para as eleições, a agenda da semana vai ficar por conta dos resultados das pesquisas eleitorais a respeito do segundo turno da corrida presidencial. A eleição acontece no próximo domingo (30). As pesquisas continuam mostrando os candidatos Luiz Inácio (PT) e o atual presidente Jair Bolsonaro (PL) empatados ou com pequena diferença nos votos. A pesquisa da Futura Inteligência, encomendada pelo Banco Modal, foi divulgada no último dia 21 e movimentou o cenário político brasileiro. O presidente Bolsonaro apresentou 50,5% e o Lula 49,5% dos votos válidos. Isso demonstra que as pesquisas que saíram continuam positivas para o Bolsonaro e apresentam recuo de rejeição e melhora da aprovação do governo. A pesquisa do Ipec, divulgada na segunda-feira, mostra Lula com 50% das intenções de votos totais. Já Bolsonaro aparece com 43%. Eleitores que dizem votar em branco ou nulo somam 5% dos entrevistados, enquanto 2% não souberam ou preferiram não responder. Apesar de ser uma eleição que acontece a partir do resultado do primeiro turno e a média ainda do somatório das pesquisas mostram Lula na frente, o momento político está todo mais favorável ao Bolsonaro, pela forma mais apertada do resultado no primeiro turno. Os apoios regionais relevantes e até mesmo algumas sinalizações vindas de pesquisas regionais vindo no Nordeste mostrando que o Bolsonaro teve um ganho de votos relevantes em vários estados. O resultado continua indefinido com a disputa muita acirrada. Além disso, fatos de última hora, como o episódio do ex-deputado Roberto Jefferson, sempre podem mudar o rumo das coisas. As pesquisas dos próximos dias dirão se a confusão armada pelo aliado de Bolsonaro pesou ou não na intenção de votos dos eleitores. A campanha do presidente considerou “péssimo”, e a preocupação em desvincular a sua imagem foi evidente. Bolsonaro negou que tenha qualquer relação com Roberto Jefferson, disse que ele nunca trabalhou em sua campanha, que é um “criminoso que se comporta como oportunista” e lembrou que estava “unido a José Dirceu no Mensalão” do PT. Os últimos acontecimentos em relação ao ex-deputado Roberto Jefferson ainda precisam ser analisados com mais atenção para entender de que forma isso vai impactar nas intenções de votos. No domingo, agentes da Polícia Federal foram à residência de Roberto cumprir um mandado de prisão expedido pelo ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF). No entanto, o ex-deputado reagiu, atirou e lançou granadas em direção aos agentes. O TSE deu parecer favorável ao ex-presidente Lula sobre o direito de resposta em relação aos programas da Jovem Pan que diziam que ele não foi inocentado e sim descondenado pelo STF. Com isso, Lula ganhou mais tempo de tv, com direito a tempo de resposta. Essas controvérsias do ativismo do TSE em favor do Lula e as inserções com direito de resposta e mais tempo de TV não foram bem vistas, principalmente, por eleitores indecisos e mais de centro. Desta forma, o eleitor fica preocupado com a censura e, provavelmente, isso acabou pesando para opinião pública e que favorece o Bolsonaro. Além das pesquisas eleitorais, a semana começa com expectativa para a decisão sobre os juros na reunião de Política Monetária do Banco Central (Copom). Pelo visto, não será uma surpresa já que é bem possível que a Selic continue em 13,75% ao ano. Com apenas mais cinco pregões para o segundo turno das eleições, a tensão eleitoral pode voltar a causar desconforto para o investidor, que, na semana passada, começou a se posicionar para uma vitória do presidente no próximo domingo. Na B3, o Kit Bolsonaro avançou firme, com as estatais escalando, em especial, as ações de Petrobras e BB, ante as expectativas de que Paulo Guedes fará andar o programa de privatização, enquanto o real engatava firme valorização ante o dólar.