instagram facebook twitter youtube whatsapp email linkedin Abrir

MERCADO DIÁRIO

por Tiago Pessotti

Captura-de-tela-2022-12-06-235451.png

Mercado acompanha aprovação da PEC da Transição que amplia teto de gastos em R$ 145 bi por dois anos

Algumas movimentações políticas e econômicas estão no radar do mercado financeiro nesta semana. Uma delas é a definição da taxa básica de juros e a outra é a aprovação da PEC da Transição pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado – o principal objetivo da PEC é assegurar o pagamento de R$ 600 do programas sociais, como o Bolsa Família (Auxílio Brasil). O texto foi aprovado com algumas mudanças consideráveis: o teto de gastos caiu de R$ 175 bilhões para R$ 145 bilhões e o prazo passou de quatro para dois anos.

Acompanhe o Folha Business no Instagram

Selic deve continuar em 13,75%

Como de praxe, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central vai decidir, nesta quarta-feira (07), a taxa Selic, que são os juros básicos da economia. O mercado está em consenso que a taxa deve permanecer inalterada em 13,75%. No entanto, a grande dúvida no ar é a seguinte: qual será o tom do comunicado após a reunião de decisão? Na última reunião, em outubro, o órgão informou que manterá os juros pelo tempo que for necessário para segurar a inflação para lidar com as incertezas das eleições presidenciais em relação à economia brasileira. Na época, o Copom não descartou a possibilidade de novos aumentos da taxa Selic caso a inflação não caia como esperado. Muitas coisas ainda devem ser definidas na política fiscal e econômica. Como o Brasil está em um momento de indefinição política com o governo de transição, não são esperadas mudanças consideráveis no tom do Banco Central. O Brasil está em uma linha diferente do que era esperado pelo mercado em relação ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Anteriormente esperava-se um governo mais moderado economicamente, mas agora Lula está mais propenso a aumento de gastos - é possível que alguma mensagem seja passada no comunicado do Copom em relação à política fiscal e econômica. Vale destacar que o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, deve vir com tom mais firme no combate à inflação. Naturalmente, o BC não está à mercê de questões políticas, ou seja, o presidente, seja ele quem for, não pode interferir na decisão de diminuir ou aumentar a taxa selic. Todas as decisões ficam por conta da diretoria comandada por Campos Neto. Na precificação dos juros futuros negociados dia a dia, o mercado considera alta marginal da Selic para as próximas reuniões.

Presidente eleito ainda não definiu time econômico

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não utilizou a estratégia de acalmar o mercado financeiro soltando alguns nomes que devem compor o time do alto escalão do novo governo. A definição dos ministros ainda é considerada incerta mesmo após o ex-ministro da Educação, Fernando Haddad (PT), ser um dos nomes cotados para comandar o Ministério da Economia. Lula conversou com a imprensa na última semana e bateu o pé confirmando que só vai anunciar os nomes dos ministros após a sua diplomação, marcada para o dia 12 de dezembro.