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MERCADO DIÁRIO

por Tiago Pessotti

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Mercado acompanha com atenção falas de Haddad sobre o novo arcabouço fiscal

O mercado financeiro vem se animando mais com a direção e sinalização do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com o ministro da Economia Fernando Haddad ganhando força dentro do governo ao passar medidas fiscais que reduziriam o déficit fiscal. Durante a participação no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, Haddad afirmou que pretende apresentar o novo arcabouço fiscal do país até o próximo mês de abril. Além disso, afirmou que vai contar com o suporte do FMI para formular um instrumento crível de ser cumprido. O discurso do ministro foi um dos impulsionadores para a subida do Ibovespa em 2,04% nesta terça-feira (17).

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Americanas deve seguir com volatilidade

Após a varejista Americanas divulgar comunicado ao mercado sobre as inconsistências em seus balanços financeiros da ordem de R$ 20 bilhões. A tendência é de intensa volatilidade nos próximos meses. Os credores da Americanas querem que Carlos Alberto Sicupira, Marcel Telles e Jorge Paulo Lemann injetem pelo menos R$ 10 bilhões na companhia como parte de um plano para resgatar a empresa. A decisão da Americanas de tentar ganhar tempo na Justiça pegou os bancos de surpresa e aumentou o clima de desconfiança. Rial sinalizou que os acionistas de referência estariam dispostos a colocar R$ 6 bilhões na companhia, mas não fez promessas. Os bancos responderam que não era possível começar uma conversa com um número abaixo de R$ 10 bilhões. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no último dia 10 de janeiro, veio com surpresa altista negativa bem relevante, ligado a devolução de descontos da Black Friday. O IPCA subiu 0,62% em dezembro e fechou o ano em alta de 5,79%. No mês de dezembro de 2022, o índice acelerou para 0,62%, acima da alta de 0,41% em novembro. O núcleo foi impactado, mas pode ser algo mais pontual e que pode ter uma desinflação que deve seguir o curso. Isso significa que está longe de ser um cenário de uma melhora inflacionária, pois a inflação acumulada do ano está em torno de 5,7%, acima da meta definida pelo governo. Todos os dados de atividade econômica que saíram (comércio, serviços, indústrias e IBC-BR) vieram abaixo do esperado. Como os dados eram relativos a novembro, a expectativa de melhora mostrou que a política monetária está sobressaindo ao mercado de trabalho ainda forte, assim como os estímulos fiscais. A tendência para frente é de continuidade do arrefecimento. O Índice Geral de Preços (IPG-10) também ganhou destaque na agenda desta semana. O índice subiu 0,05% em janeiro, após o registro de inflação de 0,36% em dezembro, informou a Fundação Getúlio Vargas. Vale destacar que a variação ficou abaixo do consenso Refinitiv, que apontava para inflação de 0,30% no mês de janeiro. Com isso, em 12 meses a alta é de 4,27%.

Inflação nos EUA fecha 2022 em 6,5%

No cenário internacional, a divulgação da inflação ao consumidor (CPI) nos Estados Unidos, na última semana, foi o grande destaque. Em dezembro, a inflação caiu 0,1%, número em linha com a mediana do mercado e suficiente para o mercado melhorar, pois dá continuidade a tendência de desaceleração nos preços. No acumulado do ano, a inflação americana fechou 2022 em 6,5%. Existe uma melhora inegável no número durante as últimas três leituras, com destaque para a parte de bens que continua cedendo e os preços de alimentação fora do domicílio. O conselho do FED enfatiza que ao retirar alimentos e commodities, focando mais na parte de serviços, reduzindo bem de 5% para perto de 3% anualizado, deixa o FED aberto para reduzir o ritmo de altas. A grande questão é a rapidez que a inflação nos EUA vai reduzir pela metade, pois o setor de serviços ainda segue pressionado. O mercado de trabalho continua sem mostrar sinais de desaquecimento mais uma semana pelo indicador de seguro desemprego, assim como pela parte de bens que começa a dar sinais de fundo. Por exemplo, os preços dos carros que pararam de ceder e o enfraquecimento do dólar, que levam a um aumento nos preços dos bens importados.