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MERCADO DIÁRIO

por Tiago Pessotti

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Super Quarta movimenta o mercado com FED, Copom e eleições no Congresso

Nesta Super Quarta, dia 1° de fevereiro, marca as decisões de juros no Brasil e nos Estados Unidos. Este também é o dia em que os investidores acompanham a eleição dos presidentes da Câmara e do Senado. É consenso do mercado que os juros nos EUA subam 0,25 ponto percentual e fiquem mantidos em 13,75% no Brasil.

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O que esperar das decisões?

Após o fechamento do mercado, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central divulga a taxa de juros brasileira, a Selic. Já o Federal Reserve, responsável por definir a taxa de juros nos Estados Unidos, apresenta sua decisão hoje. As atenções giram em torno do tom do discurso do presidente do FED, Jerome Powell, e do presidente do BC, Roberto Campos Neto. A expectativa é que a taxa no Brasil fique em 13,75% ao ano na próxima decisão do Copom. Essa é a primeira reunião de política monetária após a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em relação ao Copom, três fatores são alvos de interesse: a percepção fiscal do Banco Central (BC), eventual sinalização sobre o início do ciclo de cortes e as projeções de inflação para 2024 – o horizonte relevante de maior peso. Em relatório aos clientes, o Itaú destacou que o Copom deve elevar esta semana a projeção de inflação para este ano, de 5,0% para 5,50% em 2023, e para 2024, de 3,0% para 3,2%, e reforçar o tom vigilante no comunicado. O BC já vem afirmando que não hesitará em retomar os ajustes, caso o processo de desinflação não ocorra como esperado. Espera-se alertas adicionais na comunicação do BC sobre as contas públicas, a polêmica das discussões sobre as metas de inflação e seus potenciais impactos sobre preços de ativos e ancoragem das expectativas. A impressão no mercado é de que o comunicado trará alguma indireta às críticas de Lula aos juros altos e à independência do BC, além de dedicar espaço às políticas fiscais expansionistas e seus efeitos sobre as contas públicas; A questão agora é o tom do discurso do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. A tendência é que ele adote um discurso mais focado na política monetária, retomando o discurso que não hesitará em retomar o ciclo de ajustes caso o processo de desinflação não aconteça. Vale lembrar que nas últimas semanas, Lula deu declarações criticando a política monetária brasileira e a autonomia do Banco Central. Ele defendeu que a meta de inflação deveria ser superior à atual.

China e Estados Unidos

Nesta semana, também saíram diversos indicadores de atividade econômica. Na China, por exemplo, o índice de gerentes de compras, conhecido como PMI, industrial da China avançou 49 em dezembro para 49,2 em janeiro, segundo dados da pesquisa da Caixin com a S&P Global. Assim, o indicador de atividade se manteve abaixo da linha de 50,0 pelo sexto mês seguido. A China ainda estava em contração por conta da política de covid zero adotada durante a pandemia e os impactos no mercado imobiliário. Os dados divulgados do setor de serviços avançaram em janeiro, ficando em 54,4 pontos ante 41,6 pontos em dezembro. Quando os números estão acima de 50 demonstram que a economia está em expansão. Os serviços estão intimamente ligados à volta das atividades cotidianas e à liberação das pessoas no país chinês. Nos Estados Unidos a chance projetada pelo mercado de que o Fed vai desacelerar o ritmo de alta da taxa de juros, de 50 para 25 pontos-base, levando os Fed Funds para a faixa entre 4,50% e 4,75%. Também crescem as apostas de que o juro terminal nos EUA não ficará muito acima de 5%, mas com a inflação longe da meta de 2%, é difícil que o Fed sinalize uma pausa no aperto monetário. Na Bloomberg, o ex-secretário do Tesouro Lawrence Summers recomendou ao Fed não sinalizar os próximos passos, “para manter o máximo de flexibilidade” na economia, “que pode ir tanto em uma direção quanto em outra".