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MERCADO DIÁRIO

por Tiago Pessotti

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Haddad afirma que meta da inflação não está na pauta da primeira reunião do Conselho Monetário Nacional

De acordo com o ministro da Economia, Fernando Haddad, uma eventual mudança na meta de inflação para 2023 ainda não está na pauta do Conselho Monetário Nacional desta quinta-feira (16). Essa será a primeira reunião de 2023. Para 2023, a meta de inflação oficial está em 3,25%, com margem de tolerância de 1,5 ponto para mais ou para menos. A taxa Selic hoje é de 13,75% ao ano, o maior patamar em seis anos. E a expectativa é de que mesmo com juros tão altos, a inflação fique acima da meta definida pelo CMN.

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Inflação sobe 0,53% em janeiro com pressão de alimentos

Entre as funções do conselho, integrado atualmente pelos ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Planejamento, Simone Tebet, e pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, está a definição da meta de inflação. A inflação oficial do país, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve alta de 0,53% em janeiro, o primeiro mês do governo Luiz Inácio Lula da Silva A pressão veio do setor de alimentos e bebidas, que avançou 0,59%, conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado mostra uma desaceleração do IPCA, frente a dezembro, quando a alta do índice havia sido de 0,62%. A taxa de 0,53% ficou abaixo da mediana das projeções do mercado. A inflação em 12 meses continua desacelerando, inclusive o núcleo, mas na margem alguns componentes do núcleo pararam de ceder e a perspectiva é que caminhemos para rodar no topo da banda superior da meta de inflação, sendo que esse já era o cenário esperado. Os dados de atividade (varejo e serviços) vieram mistos com um saldo que acabou sendo marginalmente positivo, como PMC, que são os dados de varejo, bem mais baixos e fracos em quase todas as aberturas. Por outro lado, a parte de serviços surpreende positivamente com alta em todas as aberturas, o que no “frigir dos ovos” os números somados trazem um viés altista para revisão do crescimento do último trimestre e do último ano de 2022. Porém, as perspectivas para frente ainda continuam sendo de desaceleração da atividade ao longo do ano. Quanto pior a atividade à frente, mais pressão o governo deve fazer sobre o Banco Central (BC) em relação ao juros.

Banco Central do México elevou a taxa de juros em 50 pontos-base

O mercado financeiro tinha a expectativa que o Banxico, banco central do México, elevasse a taxa básica de juros para 25 bps na reunião, mas diante do cenário inflacionário os números acabaram surpreendendo com a subida de 50 bps, chegando a 11%. Trata-se de um guidance bem mais Hawk (mais juros), comunicando que esse mesmo pace pode ser repetido na próxima reunião e foi particularmente hawkish, pois o mercado espera que poderia acontecer uma sinalização de final de ciclo já nessa reunião, dado que havia corte de juros embutido na curva a partir do meio do ano. Em seu comunicado, a instituição diz que a inflação global continua alta, embora a inflação geral tenha caído em um grande número de economias devido à menor pressão sobre os preços de energia. “Para 2023 e 2024, as expectativas de inflação voltaram a subir, enquanto as de prazo mais longo recuaram ligeiramente, mas seguem acima da meta”, destacou em comunicado.