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MERCADO DIÁRIO

por Tiago Pessotti

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Ibovespa apresenta leve baixa após governo anunciar que voltará a cobrar impostos sobre combustíveis

O Ibovespa fechou com leve baixa de 0,08% nesta segunda-feira (27), com 105.711 pontos. O principal índice da Bolsa brasileira oscilou após o anúncio divulgado pelo Ministério da Fazenda que irá retomar a cobrança de impostos federais sobre os combustíveis a partir desta quarta-feira (01). A gasolina será mais onerada do que o etanol, por ser combustível fóssil. Isso significa que o prazo da desoneração determinada por medida provisória editada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva não foi prorrogado. O mercado financeiro acompanha com atenção o movimento entre Fernando Haddad e a ala política do governo, ainda mais porque em janeiro o ministro havia sido “derrotado” acerca da prorrogação de alíquotas zeradas para o PIS/Pasep e Cofins sobre operações de gasolina.

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Vitória de Haddad

As estimativas apontam para um ganho de R$ 28,8 bilhões para os cofres públicos com o fim do benefício fiscal. O benefício foi concedido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro como forma de controlar a evolução dos preços dos combustíveis, mas foi mantido por Lula por um período a fim de evitar impopularidade nos primeiros dias do governo. Nas últimas semanas as pessoas que trabalham com Haddad passaram mensagem ao mercado de que era algo que de fato eles iriam levar a frente, mas ao viajar para Índia com Roberto Campos, deixou no Brasil o Lula à mercê das discussões com a Gleisi Hoffman. Mesmo com um governo que não desperte tanta credibilidade fiscal, o mercado tem apresentado uma boa vontade com o ministro Haddad. A possibilidade dele perder mais uma discussão dentro do governo estava no radar, mas com a sinalização da “vitória” nessa disputa é importante porque em março as discussões em torno da nova regra fiscal devem permanecer no centro das atenções. Na agenda da última sexta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciou a prévia da inflação oficial do país, o IPCA-15. Ela ficou em 0,76% em fevereiro, no entanto, a expectativa era de 0,72% - veio um pouco mais forte do que o esperado. Apesar de não apontar mudanças na queda da inflação, dentre os nove grupos de produtos e serviços, oito apresentaram alta na comparação com janeiro. O maior impacto foi registrado na educação por conta das mensalidades escolares, mas é uma questão sazonal. Além do headline pressionado, a mensagem mais negativa veio da aceleração de serviços subjacentes. O dado não aponta necessariamente uma mudança da tendência benigna dos preços, por ter sido mais desfavorável que as leituras anteriores, mas contribui para a persistência das revisões altistas recentes – que tendem a refletir também a provável reoneração da gasolina, no curto prazo. Confira o que é destaque na agenda da semana: Terça-feira (28): Taxa de desemprego (dados de dezembro) 8,3% de 8,1% anterior; Criação de vagas de emprego (dados de janeiro) com +130k expect e -430k anterior Quinta-feira (02): Crescimento trimestral PIB (dados do quarto trimestre) com-0,2% consenso de +0,4% anterior; Crescimento anual do PIB (4q) com +2,2% previsto de +3,6% anterior; Sexta-feira (03): IPP m/m (dados de janeiro) -0,2% de -1,29% anterior; IPP anual (dados de janeiro) com +1,73% previsto de +3,13% anterior; PMI Serviços (dados de fevereiro) 50 expec. de 50,7 anterior;

Inflação de consumo nos EUA sobe 0,6%

Nos Estados Unidos os dados de inflação referentes ao mês de janeiro, o Índice de Preços para Gastos de Consumo (PCE) surpreenderam de forma altista. Na comparação mensal subiu 0,6% e na anual 4,7%, de acordo com o Departamento de Comércio americano. Os resultados vieram acima do esperado pelo mercado, que projetava alta de 0,4% ao mês e 4,3% anual. Também foram divulgados os indicadores de atividade econômica dos EUA em que os PMIs, referentes a fevereiro, apresentaram números acima da expectativa, em especial, o lado de serviços. Isso demonstra que a economia segue bastante forte e resiliente, com um outro ponto que chamou atenção que foi a revisão da renda real durante o segundo semestre do ano passado, que ajuda a explicar os motivos que levam a economia seguir forte. Essa semana marca um ano da invasão Russa à Ucrânia, com situação mais positiva do ponto de vista da crise energética, pois não ocorreu falta de gás que era um risco que muitos estavam correndo. Os reservatórios ficaram nas máximas de capacidade, mas a situação geopolítica tem ficado mais complexa pela proximidade da China com a Rússia, com receio de que o país apoie com armamentos - o que consequentemente provocaria sanções do ocidente contra os país asiático. Veja os destaques da semana: Segunda-feira (27): Vendas de Casas m/m (pendentes) com +0,9% de expectativa de +2,5% anterior; Pedidos de Bens Duráveis m/m com -3,7% de previsão vindo de 5,6% anterior; Terça-feira (28): Confiança do Consumidor com 108,5 de previsto e 107,1 anterior e Quarta-feira (01): ISM Industrial PMI com 47,9 previsto de 47,4 anterior; Quinta-feira (02): CPI Europa y/y 8,2% previsto e 8,6% anterior com core y/y 5,3% de 5,3% anterior; Sexta-feira (03): ISM Serviços PMI 54,4 previstos de 55,2 anterior;